REDES

quarta-feira, 9 de março de 2011

Poesia e romantismo

do Jornal do Comércio-Recife PE em 09.03.2011


Para manter a tradição da festa, blocos reuniram gente de todas as idades e encheram de lirismo foliões que estiveram no fim de tarde e noite de segunda no Bairro do Recife

E como manda a tradição, a Segunda-Feira de Carnaval é o dia de transformar o Bairro do Recife na passarela dos blocos líricos. Este ano, não foi diferente. Não teve chuva que atrapalhasse a festa. O que se viu nas ruas do Centro foi um encontro de todas as idades. Gente que só queria cantar e seguir atrás da agremiação preferida.
Nos versos decorados pelos antigos foliões, lirismo, romantismo e muita poesia. “O melhor do Carnaval de Pernambuco é seguir atrás de uma orquestra de pau e corda. Quando acaba o desfile de uma, já sigo atrás de outra agremiação. Fico até o último acorde. Mesmo com essa chuva toda estamos aqui”, avisava o turista carioca Frederico de Araújo.

O desfile teve início às 16h. Entre outros, apresentaram-se Eu Quero Mais, O Bonde, Bloco das Flores, Confete e Serpentina, Blocos das Ilusões e Batutas de São José.

“A gente faz isso por amor à tradição. Não temos nenhuma ajuda do poder público e estamos resistindo ao abandono. A tradição é o nosso combustível. A chuva sempre prejudica o espetáculo. Mas vamos em frente”, disse José Marcolino da Silva de Lima, 45 anos, um dos integrantes do Batutas.

No palco do Marco Zero, cada agremiação tinha direito a 10 minutos para fazer a exibição. Houve também desfile na Praça do Arsenal.

O fim de tarde na segunda-feira, no Bairro do Recife, também foi marcado por muita confusão e correria. Vários furtos foram registrados pela Polícia Militar. Até as 19h, 15 adolescentes tinham sido apreendidos e liberados após serem revistados. À tarde, um princípio de incêndio foi registrado no palco do Marco Zero. O problema foi contornado rapidamente. Não houve feridos.

sábado, 5 de março de 2011

Muestra: Grandes Autores. Grandes Ilustradores


Muestra: Grandes Autores. Grandes Ilustradores

Entre el 9 y el 31 de marzo la TV Pública abre sus puertas para presentar una Muestra sobre dibujos originales, litografías y grabados de grandes artistas que han ilustrado con sus obras infinidad de libros editados en Argentina.

En el año en que la Ciudad de Buenos Aires ha sido designada por la UNESCO como Capital Mundial del Libro, el Museo del Dibujo ha armado la Muestra “Grandes Autores. Grandes Ilustradores”.

En ella pueden verse más de 60 grabados, dibujos originales y litografías de grandes dibujantes y artistas plásticos, que han ilustrado con sus obras infinidad de libros editados en Argentina, entre los cuales se encuentran Carlos Alonso, Américo Balán, Demetrio Urruchua, Adolfo Bellocq, Blas Castagna, Pablo Pereyra, Alfredo Guido, Emilio Pettoruti, Juan Lamela, Norberto Onofrio, Carlos Varau, Remo Bianchedi, Norah Lange, Antonio Berni, Lino Enea Spilimbergo, Cristina Santander, Luis Seoane entre muchos otros.
La Televisión Pública se enorgullece en presentar esta amplia y diversa colección, que puede ser visitada entre el 9 y el 31 de marzo, de 8.00 a 20.00 hs., en Av. Figueroa Alcorta 2977, con entrada libre y gratuita
El Museo del Dibujo y la Ilustración, comenzó sus actividades en el año 2004, cuando Horacio González desde la Biblioteca Nacional y la Arquitecta María Isabel Larrañaga desde el Museo Sívori, impulsaron a Hugo Maradei y Hugo González Castello a hacer públicas sus colecciones personales. Desde entonces no ha pasado un año sin que presenten nuevas exposiciones.

Este Museo itinerante que cuenta con alrededor de 8000 dibujos, ilustraciones y grabados, se propone preservar y catalogar este patrimonio tan valioso de los argentinos, con el fin de difundirlo para el conocimiento de las nuevas generaciones.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Canal da Imprensa - Revista Eletrônica do curso de Jornalismo do Unasp-EC

Canal da Imprensa - Revista Eletrônica do curso de Jornalismo do Unasp-EC

iPad 2 faz Samsung rever planos para novo tablet

iPad 2 faz Samsung rever planos para novo tablet

Na sequência do anúncio do segundo modelo do iPad, um executivo da Samsung admitiu alguns aspectos do próximo modelo do Galaxy Tab, incluindo o preço, terão de ser revistos.

O Tab de 10 polegadas foi mostrado em Fevereiro, num congresso em Barcelona (Reuters)

À agência noticiosa sul-coreana Yonhap (a Samsung é uma multinacional com sede na Coreia do Sul), o vice-presidente executivo da divisão de dispositivos móveis, Lee Don-joo, afirmou que o preço e a espessura do iPad 2 (que é 33 por cento mais fino do que o anterior) são um desafio para a Samsung e que a empresa terá, para o lançamento do segundo Galaxy Tab, de “melhorar as partes que não são adequadas”.

Segundo as especificações já anunciadas, o próximo Tab terá um ecrã de dez polegadas (um tamanho semelhante ao do iPad), abandonando as sete polegadas do seu predecessor. Estará equipado com o Android 3.0

Numa abertura que não é frequente na indústria, Lee Don-joo adiantou que “o de dez polegadas ia ser mais caro que o de sete, mas vamos ter de pensar outra vez nisso”. O novo iPad será lançado com preços idênticos aos do anterior modelo (cujos preços, por seu lado, deverão sofrer uma redução enquanto houver stock).

Em 2010, o Samsung Galaxy Tab (que já vinha equipado com câmara) foi o único tablet a ser tido com uma eventual alternativa ao iPad.

terça-feira, 1 de março de 2011

Os poderes e os limites da internet

Reproduzo matéria de André Cintra, publicada no novo sítio do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Não faltou polêmica no debate inaugural do seminário “Internet: Acesso Universal e Liberdade da Rede”, promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, no sábado (26/2), em São Paulo. Com mediação de Altamiro Borges, presidente do Barão, a discussão teve ares de um julgamento em que à Web cabia o banco dos réus.

“A internet foi construída de maneira diferente das outras mídias de massa e tornou mais fácil a articulação de ações coletivas”, afirmou o professor Sérgio Amadeu, da UFABC. Citando as “revoltas árabes” e o fenômeno WikiLeaks, Amadeu opinou que, na Rede Mundial de Computadores, o “difícil não é obter um canal para falar — mas, sim, ser ouvido”.

A essa “liberdade” — que, em tese, revelaria uma mídia altamente democrática —, contrapõe-se o domínio da infraestrutura da internet por grandes corporações. São interesses desse tipo que põem em xeque a neutralidade da rede. “Querem transformar a internet numa TV a cabo, com controle sobre as opções das pessoas. O controle técnico — que já existe — não pode se tornar controle civil, cultural, político”, protestou Sérgio Amadeu.

Já Marcos Dantas, da UFRJ, questionou o suposto poder da internet em transformar os valores e os comportamentos da sociedade. “Será que a internet muda a cultura dominante ou apenas a reforça? Que tipo de entretenimento ela está gerando?”, indagou. Para Dantas, as pessoas buscam na internet conteúdos parecidos com o que elas mesmas procuram em outras mídias, como as rádios.

“A comunidade originária da internet acreditava na neutralidade da rede e tinha certo poder, que, no entanto, não foi socialmente constituído — virou espaço político e social. Há uma massificação não para a forjar a democracia, mas para produzir comportamentos e identidades voltadas ao consumo”, diz Dantas. “O que derrubou Mubarak (o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak) não foram as redes sociais. Foi o povo na rua e os 236 mortos. O Facebook só ajudou a comunicar.”

A deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) centrou sua exposição nas possibilidades de tornar a internet mais próxima aos cidadãos. “Não precisamos lutar por contradições falsas. É preciso trazer o debate para a conjuntura atual e lutar por uma regulamentação livre da rede”, analisou.

Na opinião da parlamentar, “à medida que cresce a democratização da rede, crescerá a repressão”, sob o argumento central da insegurança. “Hoje responsabilizam a internet por crimes como a pedofilia, que acontecem nas casas, nos clubes, nas igrejas. Pela lógica deles, teriam de instalar câmeras nas residências — e nem assim coibiriam os crimes”, sustenta Manuela. Segundo ela, “não podemos abrir mão das liberdades individuais — já consagradas na Constituição — pelo bem-estar coletivo”.

O jornalista Luis Nassif trouxe ao debate outra abordagem, ao ressaltar a força da internet — especialmente das redes sociais — como alternativa à grande imprensa. “Acabou o monopólio da informação pelo jornal, Todos os fatos relevantes tinham de passar pela velha mídia, que agora é batida de igual para igual com a rede”, comentou.

O poderio contra-hegemônico da rede impõe à blogosfera o desafio do apuro na checagem de dados. “A credibilidade da nova estrutura de informação é fundamental”, diz Nassif. De acordo com o jornalista, a internet já provocou, sim, transformações culturais. “Há uma nova mentalidade, uma renovação política, que vem da internet. Vejo ressurgir a militância, inclusive do PSDB.”

Realizado no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o seminário da Barão de Itararé contou com 80 participantes presentes e outros 5 mil que acompanharam a programação on-line. No final do evento, entidades da área de educação e movimentos sociais lançaram o manifesto “Banda Larga é um direito seu! Uma ação pela internet barata, de qualidade e para todos.”
Postado por Miro às 22:08 Enviar por e-mail BlogThis! Compartilhar no Twitter Compartilhar no Facebook Compartilhar no Google Buzz

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Morre o médico do corpo e do pensamento humano:Moacir Scliar



"Não preciso de Silêncios"assim falou Scliar.O poeta clínico da vida, debruçado sobre a literatura,encantou-se na morte.Deixou-nos, deixando seu pensamento, sua obra, farta de humanismo. Aparentemente em polos opostos- medicina e literatura, as duas não se contradizem em sua obra, ao contrário, se tecem juntas e se complementam como ajuste e compreensão do homem e o mundo.O senhor da gentileza, deixa-nos um grande legado, suas obras , sua poesia - a das dores do homem, expostas em sua trama literária. Trouxe-nos as dores e as histórias do povo, respeitou a oralidade e tomou-a para bordar sua literatura.Seus prêmios foras poucos, três Jabutis, mas ainda foram pouco para a dimensão de sua obra.Um dos poucos escritores brasileiros conhecidos mundialmente, citado pela critica americana como um dos cem maiores escritores e que trabalha com a temática judaica.Seus contos lembram Kafka.Seu passeio literário passa pelo romance, contos ensaio, colunista.Sobe mais uma folha humana ascende ao espaço e aO HUMUS da terra.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Salvador, Bahia

RETIRADO -CLIQUE NO TÍTULO



O filósofo espanhol García Morente propõe uma útil distinção entre vivência e informação abstrata. O segundo termo da distinção não é bem este. Como no entanto escrevo longe de minha biblioteca, valho-me de expressão que tem valor equivalente, ou pelo menos exprime o que está de acordo com o meu propósito. A alusão ocorre-me a propósito de Salvador, cidade que mais uma vez visito. O viajante que não a conheça pode figurá-la de muitos modos. O mais corrente é aquele difundido pela mídia e pela indústria publicitária. Mais exatamente, pela indústria do turismo, uma das forças contemporâneas que reduziram o mundo às proporções de uma província.

Hoje todo mundo viaja por todo o mundo relatando suas viagens e façanhas para todo mundo. Afora os pobres definitivamente pobres, alguns sedentários incuravelmente preguiçosos e alguns sábios e obscuros seguidores de Alberto Caeiro, ciente de que o mundo é do tamanho da sua aldeia, o resto da humanidade passou a viajar. Isso significa que viajar tornou-se antes de tudo um transtorno, uma dor de cabeça para sedentários do meu tipo, conscientes de que a melhor viagem é ficar em casa.

Mas noto que minhas digressões incorrigíveis fizeram-me esquecer a distinção proposta por García Morente. Quem não conhece Salvador, mas supõe conhecê-la, tende a acreditar nas informações abstratas procedentes da mídia e da indústria do turismo. Assim, reduz a riqueza e variedade desta cidade a comidas típicas, baianas estereotipadas fazendo pose para os guias turísticos do Pelourinho, as festas ruidosas da cultura negra somadas a outros clichês culturais, algumas canções de Caymmi e as imagens da cidade que todos conhecem.

Longe de mim desmentir a veracidade aferível nas imagens e representações acima condensadas. Minha intenção é apenas ressaltar que não dizem o que é a cidade real, a cidade enquanto expressão da minha vivência, para lembrar ainda a distinção proposta por García Morente. A cidade de Salvador que conheço e tenho vivido durante minhas últimas passagens por aqui é uma cidade inteiramente outra. Tão outra, afirmo, que pareceria irreal ou abstrata para o turista ou aquele ávido catador de imagens recolhidas de guias turísticos e representações estereotipadas de cenários perseguidos pelos turistas do mundo. A cidade de Salvador que tenho ultimamente visitado quase que se reduz a um bairro, a Graça. Mais exatamente, a uma avenida, a Euclydes, com y, da Cunha. Aqui me entretenho com Aloísio e Isa, meus tios queridos, Gal, minha prima adorável, Márcio e Suzy, uma cachorrinha que estou aprendendo a amar. Como nunca é tarde para a gente se corromper, afeiçoei-me a Suzy como me afeiçoaria a uma amiga de língua e hábitos intraduzíveis.

Diante do que já viajei sem pôr os pés fora do apartamento ou da minha privacidade, fica já evidente que não sirvo como guia nem mapa para quem queira viajar ou precise figurar dentro de si próprio uma ideia qualquer de Salvador. Aprendi desde muito que a viagem real que empreendo é a viagem por dentro de mim próprio, a viagem que dentro de casa me transporta ao mundo, assim como a viagem literal, a que nos perde por ruas e cidades, leva-me de volta para mim próprio.

Mas nem tanto à casa, como pareço sugerir, nem tanto ao mundo, que aparento depreciar. Na verdade, ando pelas ruas e nisso encontro muito prazer. Apesar das suas muitas ladeiras, que de algum modo me recordam as de São Paulo onde à deriva das ruas tanto suei e por vezes até me fatiguei, descortino novas paisagens, detalhes da vida e de fachadas antes desconhecidas ou simplesmente despercebidas. Recordam-me ainda Atenas e muito da topografia grega que bem me ajudaram a compreender porque os gregos inventaram os jogos olímpicos.

Também converso com gente, essa gente que vive e precisa viver nas ruas por dever de ofício ou simples hábito, ou ainda modo pessoal de ser. Aprecio saber um pouco da vida da cidade a partir da perspectiva dessa fração obscura dos seus habitantes: o porteiro, o zelador, a doméstica, o jornaleiro da praça, também o da esquina, o taxista, os que desempenham funções subordinadas nos shoppings e supermercados. E como não seguir com o olhar fascinado a beleza negra da mulher baiana, a beleza mulata, a beleza branca ou loura, tantos modos de beleza e sedução que transitam pelas ruas por vezes anunciando sua iluminadora passagem (afinal, como esquecer que baiano não nasce, estreia, como escreveu Ivan Lessa?), por vezes alheia ao olhar que a segue e se perde no fluxo sem repouso das ruas?

Noto agora que a crônica pede já para acabar e no entanto nada sequer mencionei do que seria previsível em qualquer relato de um viajante pela cidade de Salvador. É compreensível que, depois do que acima escrevi, o leitor se desiluda de esperar alguma alusão ao elevador Lacerda, ao mercado Modelo, ao Pelourinho, ao centro histórico com suas magníficas fachadas coloniais, ao acervo precioso do nosso passado barroco... O que talvez pareça espantoso, senão inadmissível, é o fato de chegar aonde cheguei sem pingar uma onda do mar da Bahia, do mar de Jorge Amado e Caymmi nestas linhas áridas. Ademais, não obstante a disponibilidade vigilante de minha prima Gal, resisto ainda a visitar a Exposição Rodin, a Fundação Pierre Verger, a Fundação Casa de Jorge Amado, a Aliança Francesa...

Como compreender ou admitir que o viajante, não importando o quanto viaje através de si próprio, suprima o mar desta cidade tão cenográfica e oceânica? Mas que posso eu acrescentar numa crônica doméstica ao mar cantado por Caymmi, ao mar de Jorge Amado que tão indizivelmente desatou minha imaginação de leitor adolescente? Melhor, portanto, deixar que o leitor viaje a seu modo, com ou sem guia turístico, pondo de lado esse viajante excêntrico que sai de casa para continuar fechado na sua própria casa, ainda quando a casa seja alheia. Tudo que me resta é dar razão ao leitor. Não bastasse tanto, concluo com uma volta na fechadura que sem dúvida o convencerá de que sou definitivamente um turista ou viajante perdido: a melhor viagem é sempre viajar sem sair de casa, ou viajar para logo voltar para casa.
Salvador, 10 de fevereiro de 2011.
POSTADO POR FERNANDO ÀS 18:36