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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Morre o cineasta Joffre Rodrigues, filho de Nelson Rodrigues


Morre o cineasta Joffre Rodrigues, filho de Nelson Rodrigues
Filho mais velho do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, dirigiu 'O Vestido de Noiva'
BY ESTADAO
Roberta Pennafort

Morreu na noite desta quinta, 5, no Rio de Janeiro, o cineasta Joffre Rodrigues, filho mais velho do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues e diretor de "O Vestido de Noiva" (2006), filme baseado na peça do pai. Ele tinha 68 anos - faria 69 semana que vem - e estava hospitalizado por conta de uma cirurgia no coração realizada havia duas semanas (foram trocadas válvulas do coração implantadas nos anos 1990). O corpo será cremado no Rio.
Marcelo Bravo/Divulgação
Marcelo Bravo/Divulgação
Joffre Rodrigues tinha 68 anos

Bem antes de estrear como diretor, Joffre havia trabalhado como produtor de outros filmes que se basearam na obra do pai, como "Bonitinha Mas Ordinária" (1963) e "A Falecida" (1965), ambos ainda na juventude, e "Boca de Ouro" (1990). Começou no cinema como ator, com apenas nove anos, no filme "Somos Dois" (1950), dirigido por seu tio, Milton Rodrigues, e com roteiro do pai.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Raimundo Carrero e Edney Silvestre vencem 3ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura

Raimundo Carrero e Edney Silvestre vencem 3ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura
by UOL

Sérgio Figueiredo / Folhapress

O escritor Raimundo Carrero, autor do melhor livro do ano pelo Prêmio São Paulo de Literatura, na biblioteca de sua casa em Recife (08/12/2005)
BIENAL DO LIVRO: TERROR E PERSONALIDADES
ESPECIAL FLIP 2010
RESENHAS DE LIVROS
"A Minha Alma É Irmã de Deus", de Raimundo Carrero, e "Se Eu Fechar os Olhos Agora", de Edney Silvestre, foram os vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura, anunciado esta segunda-feira (2) em cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Carrero ganhou prêmio de melhor livro do ano e Silvestre, de melhor livro de autor estreante.

Em sua terceira edição, o prêmio é concedido pelo Governo do Estado de São Paulo, via Secretaria de Estado da Cultura, e dá R$ 200 mil para cada um dos vencedores.

Os livros finalistas, todos de 2009, foram divulgados no último mês de maio no Festival da Mantiqueira, em São Francisco Xavier (SP).

Os premiados foram selecionados por júri composto por Walther Moreira Santos, Luís Felipe Pondé, Moacyr Scliar, Plínio Martins e Valentim Facioli.

Em 2009, os vencedores foram "Galiléia", de Ronaldo Correia de Brito, como melhor livro do ano, e "A Parede no Escuro", de Altair Martins, como melhor obra de autor estreante. Na primeira edição do prêmio, em 2008, venceram "O Filho Eterno", de Cristóvão Tezza e "A Chave de Casa", da estreante Tatiana Salem Levy.

Veja abaixo a lista de livros que concorriam aos prêmios, com os vencedores em destaque.

:;Melhor Livro do Ano

Bernardo Carvalho, "O Filho da Mãe" (Companhia das Letras)
Chico Buarque, "Leite Derramado" (Companhia das Letras)
João Ubaldo Ribeiro, "O Albatroz Azul" (Nova Fronteira)
Luiz Ruffato, "Estive em Lisboa e Lembrei de Você" (Companhia das Letras)
Ondjaki, "AvóDezanove e o Segredo do Soviético" (Companhia das Letras)
Paulo Rodrigues, "As Vozes do Sótão" (Cosac Naify)
Raimundo Carrero, "A Minha Alma É Irmã de Deus" (Record)
Reinaldo Moraes, "Pornopopéia" (Objetiva)
Ricardo Lísias, "O Livro dos Mandarins" (Alfaguara)
Rodrigo Lacerda, "Outra Vida" (Alfaguara)



Brisa Paim Duarte, "A Morte de Paula D." (Edufal - Alagoas)
Carlos de Brito e Mello, "A Passagem Tensa dos Corpos" (Companhia das Letras)
Carol Bensimon, "Sinuca Embaixo D'Água" (Companhia das Letras)
Cíntia Lacroix, "Sanga Menor" (Dublinense)
Claudia Lage, "Mundos de Eufrásia" (Record)
Edney Silvestre, "Se Eu Fechar os Olhos Agora" (Record)
Ivana Arruda Leite, "Hotel Novo Mundo" (Editora 34)
Ivone Castilho Benedetti, "Immaculada" (WMF Martins Fontes)
Lívia Sganzerla Jappe, "Cisão" (7 Letras)
Maria Carolina Maia, "Ciranda de Nós" (Grua Livros)

domingo, 1 de agosto de 2010

A Infância Mídia e Adoção

Escrevendo para o Congresso sobre Adoção no Recife , logo mais, me deparei com algumas questões que quero aqui dividí-las com nossos seguidores e visitantes.
O que a Mídia pensa acerca da infância?
Tem ela interesse em responsabilidade Social para com A Infância e Adoção?

Seria um contra senso sermos ingênuos e acreditar que sim, pois a mídia vende, e o que não vende não é veiculado.
A Infância vende, miséria, morte,violência, pedofilia etc.
Infância pois é mercadoria na mídia, e nada mais.
A mídia com a publicidade, sua gerente, sabe muito bem de Psicanálise no sentido-aplicá-la como estratégia, e assim acertar o inconsciente;esta psicanálise aplicada Baudrillard já nos convencia :a mídia sabe extremadamente fazer o que quer e, entende, pelo nosso bolso inconsciente.
A infância é estratégia na publicidade, para vender, para tocar-nos, no sentido de vender, a mídia como nos disse a psicanalista, Anamaria Vasconcelos acerca da Infância e adoção na mídia:" Ela é denúncia, mas jamais responsabilidade social."
A mais valia interdita-a para tanto- infância e adoção- são produtos que se vende, para quem quer comprar , audiências etc....acordos políticos com ministérios e juizados nacionais, pois é mais valia também.
Estar bem com o poder é compartilhar do mesmo e fazer trocas econômicas
O folhetim , nas mídias seu baú de ouro é microscopicamente estruturado ideologicamente, para mais vender e ajustar acordos.
Nenhum dos tantos escritores - novelistas, escrevem o que bem entende, escreve, o que pode e permitem, manda a empresa, os patrocinadores e a audiência.
O amor romântico, perverso, pouca importa se predicado desta ou de outra forma qualquer , vende, pois acerta no público, causa impacto,pega identidades, comove, mas se o faz , faz por tocar o seu consumidor, e não importa o que ele seja, equilibrado, mórbido, doente, enfim, se consome é que basta.
A adoção para eles é acordo, com o pode e forma, maneira de atingir o público, que no seu remorso cristão é pego pela mídia.Adoção é notícia, e notícia é aquela que vende que impacta e marca- na aparência e simulação.
quantos atores mirins foram consumidos pelas mídias? Muitos, e muitos estão na miséria, não lhes interessa este humanismo.
A ética midiática é uma nova invenção do mundo do consumo e não se agrega ao conceito filosófico da mesma, a mídia está se lixando para a Filosofia, ja nos lembrava Deleuze.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A bolha midiática e social

RETIRADO DO INSTITUO HUMANITAS UNISINOS RGS -CLIQUE NO TÍTULO VÁ AO ORIGINAL
A bolha midiática e social


A "inflação de relacionamentos" é quando "você tem muito mais relacionamentos – mas, na realidade, poucos, se é que há, são realmente valiosos. Assim como a inflação da moeda deprecia o dinheiro, a inflação social degrada os relacionamentos."

A análise é de Umair Haque, diretor do Havas Media Lab e fundador da Bubblegeneration, uma agência de consultoria para estratégia e inovação. O artigo foi publicado em seu blog na página da revista Harvard Business Review, 23-03-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Eu gostaria de propor uma hipótese: apesar de toda a empolgação em torno das mídias sociais, a Internet não está nos conectando tanto quanto nós pensamos que ela esteja. Ela é, em grande parte, o lar para conexões fracas e artificiais, o que eu chamo de relacionamentos tênues [thin relationships].

Durante a bolha do subprime, os bancos e os corretores venderam uma dívida ruim atrás da outra – dívidas que não poderiam ser transformadas em boas. Hoje, as mídias "sociais" estão fazendo trocas em conexões de baixa qualidade – ligações que provavelmente não vão produzir relacionamentos significativos e duradouros.

Chamemos isso de inflação de relacionamentos. Nominalmente, você tem muito mais relacionamentos – mas, na realidade, poucos – se é que existem – são realmente valiosos. Assim como a inflação da moeda deprecia o dinheiro, a inflação social degrada os relacionamentos. A própria palavra "relacionamento" está sendo banalizada. Ela costumava designar alguém com quem você podia contar. Hoje, ela significa alguém com quem você pode trocar bits.

Os relacionamentos tênues são a ilusão dos relacionamentos reais. Os relacionamentos reais são padrões de investimento mútuo. Eu invisto em você, você investe em mim. Pais, filhos, esposos – todos são investimentos de múltiplos dígitos, de tempo, de dinheiro, de conhecimento e de atenção. Os "relacionamentos" no centro da bolha social não são reais, porque eles não estão marcados pelo investimento mútuo. No máximo, estão marcados por um pequeno pedaço de informação ou de atenção aqui ou ali.

Aqui está o que dá apoio à minha hipótese.

Confiança. Se tomarmos a mídia social em seu valor nominal, o número de amigos no mundo cresceu em 100%. Mas temos visto um aumento conjunto de confiança? Eu diria que não. Agora, talvez, levará tempo para que os ganhos sejam visivelmente percebidos. Mas as redes sociais já existem há meia década, e a sociedade parece ter melhorado em pouca coisa.

Perda de poder. Se as ferramentas sociais criam ganhos econômicos reais, nós esperamos ver um efeito de substituição. Elas substituem – desintermediam – os "gatekeepers" de ontem. No entanto, cada vez mais, elas estão dando poder aos "gatekeepers". Suas redes sociais favoritas não estão desintermediando agências de relações públicas, recrutadores e outros tipos de corretores. Elas estão criando legiões de novos. A própria Internet não está tirando o poder do governo dando voz aos tradicionais sem voz. Ela está dando poder aos Estados autoritários para limitar e enquadrar a liberdade pela redução radical dos custos de vigilância e coação. Assim como os relacionamentos diretos e imediados.

Ódio. Existe uma velha metáfora: a Internet funciona no amor. Da mesma forma, porém, ela está cheia de ódio: reações impulsivas e irracionais contra a pessoa, o lugar ou a coisa mais próxima que seja só um pouco diferente. Você leu as seções de comentários online de qualquer jornal ultimamente? Normalmente, eles são poças gigantes de bílis e veneno. Veja estes e-mails a Floyd Norris. Longe de alimentar uma conversa significativa, a "web social" de hoje é um mundo cheio de equivalentes linguísticos aos tiroteios motorizados.

Exclusão. O ódio acontece, pelo menos em parte, por causa da homofilia: pássaros do mesmo bando voam juntos. O resultado é que as pessoas se auto-organizam em grupos de gostos iguais. Mas raramente as brechas entre as diferenças são superáveis. No entanto, é aí que as relações mais valiosas começam. Ser "amigo" de 1.000 pessoas que também são obcecadas por modelos de óculos da década de 60 não é amizade – é apenas um único e solitário interesse compartilhado.

Valor. A prova final está nos fatos. Se os "relacionamentos" criados na Internet de hoje fossem importantes, talvez as pessoas (ou os anunciantes) pagariam pela oportunidade de participar neles. No entanto, poucos, se é que há, fazem isso – em qualquer lugar, desde sempre. Pelo contrário, pelo fato desses "relacionamentos" não serem valiosos, as empresas – diz-se – são forçadas a testá-los e a rentabilizá-los de forma extractiva e eticamente questionável. Isso porque não há nenhum "lá" lá. Eu posso trocar bits com pseudoestranhos em um número qualquer de sites. "Amigos" como esses são uma mercadoria [commodity] – e não um bem valioso e único.

Quais são os preços a serem pagos pela inflação de relacionamentos? Três tipos de câncer que corroem a vitalidade da web de hoje. Em primeiro lugar, a atenção não é alocada de forma eficiente, as pessoas descobrem menos o que elas valorizam do que aquilo que todo mundo gosta. Segundo, as pessoas investem em conteúdo de baixa qualidade. O Farmville [aplicativo que simula uma fazenda online, em que o fazendeiro é o usuário do Facebook] não é exatamente [o filme] "Casablanca". O terceiro ponto e mais prejudicial é o enfraquecimento contínuo da Internet como força do bem. Não apenas o Farmville não é "Casablanca", mas ele também não é o Kiva [rede online de microcréditos]. Um dos exemplos seminais da promessa das mídias sociais, o Kiva distribui microcréditos de forma mais significativa. Em contraste, o Farmville é em grande parte socialmente inútil. Ele não favorece as crianças de forma tangível. Ele apenas favorece os anunciantes.

Vamos resumir. Do lado da demanda, a inflação de relacionamentos cria efeitos de concursos de beleza, nos quais, assim como cada juiz vota na concorrente que eles pensam que os outros irão gostar mais, as pessoas transmitem o que elas pensam que os outros querem. Do lado da oferta, a inflação de relacionamentos cria efeitos de concursos de popularidade, nos quais as pessoas (e os artistas) lutam para chamar a atenção de forma imediata e visceral – em vez de fazer coisas impressionantes.

O social não tem a ver com concursos de beleza e concursos de popularidade. Eles são uma distorção, uma caricatura da coisa real. O social tem a ver com confiança, conexão e comunidade. Isso é o que menos há na paisagem midiática de hoje, apesar de todo o frisson ao redor das mídias sociais. A promessa da Internet não era meramente inflacionar os relacionamentos, sem acrescentar profundidade, ressonância e significado. Era de fundamentalmente religar as pessoas, comunidades, sociedade civil, empresas e Estado – através de relacionamentos mais espessos, mais fortes e mais significativos. É aí onde se encontra o futuro da mídia.

Agora, isso é apenas uma hipótese. Sinta-se livre para discordar de mim, me desafiar – ou para ampliá-la e elaborá-la. Da próxima vez, vou discutir o que podemos fazer com relação a isso.

trailer uma noite em 67

terça-feira, 27 de julho de 2010

A PELE DA CIDADE


Andar, por rodas ou com os pés-calçados é caminhar sobre a cidade e sua pele, hoje vestida, calcificada por concretos e outros materias.Perdemos a cada dia seus pelos, suas arvores, senão, suas veias, artérias, e assim andamos por este deserto povoado de seres e objetos, que agora designam , identificam a cidade.Não mais a conhecemos por suas artérias, veias , sua vegetação.
Fomos educados a apanhá-la assim,a respirá-la assim, com um torpor de gases, calores, chuvas de pó, não mais da areia, granito, mas de gases híbridos, que sustentam nossa doce ilusão do mais fácil e moderno.
A pele da cidade, quando sobretudo não tem água a amostra não mais denuncia seu olor, seus sais, senão ao chover, e quando chove compensa o fechamento de suas artérias, e nos irritamos.
Somos também, verdadeiros franksteins que de óçulos , obturações e próteses acompanhamos este festim diabólizado da tecnologia .
Aonde vamos?
Já não sabemos?
Nossa visão já não e larga e horizontal, tampouco vertical.
Nosso tato é pouco, nossa audição já nao escuta.
Perdemos nosso pulso, nossa pele e estamos em estado de cegueira total, disto Saramago nos alertou,mas hoje está sob a terra .
Paulo Vasconcelos