REDES

sexta-feira, 27 de junho de 2008

No dia 13 de Junho de 1888, pelas 15.20 da tarde, nasce em Lisboa, FernandoAntónio NogueiraPessoa, que foi um dos mais importantes Poetas e Autores da


No dia 13 de Junho de 1888, pelas 15.20 da tarde, nasce em Lisboa, FernandoAntónio NogueiraPessoa, que foi um dos mais importantes Poetas e Autores da Língua Portuguesa de Sempre.

120 anos após o seu nascimento, é altura de assinalar a efeméride.

Nuno Miguel Henriques, Diseur de Poesia, edita um CD intitulado"Minha Pátria é a Língua Portuguesa", com interpretação de textos do poeta e seus heterónimos.

Além deste CD com apresentações em todo o mundo lusófono, Nuno Miguel Henriques continua a apresentar no Mosteiro dos Jerónimos, junto do túmulo do poeta, um Recital de Poesia e em todo o país, divulgando de uma forma inovadora a lírica de Fernando Pessoa.

A Edição deste CD é limitada e todos os exemplares reservados directamente, são numerados e autenticados com selo branco do intérprete.

O valor de cada CD reservado até dia 13 de Junho, é de apenas nove euros, acrescido de dois euros para despesas de envio.

Caso pretenda reservar já o seu CD de "Minha Pátria é a Língua Portuguesa" poderá efectua-lo pelo email:

correio@nunomiguelhenriques.com
http://nunomiguelhenriques.com/

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vaga de Zélia Gattai na ABL tem recorde de inscrições

Vaga de Zélia Gattai na ABL tem recorde de inscrições
Publicidade
CAIO JOBIM
da Folha de S.Paulo

A disputa pela cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras será acirrada. Vinte e três candidatos vão concorrer à vaga aberta após a morte de Zélia Gattai, em maio deste ano.

A cadeira pertenceu a Jorge Amado e Machado de Assis e tem José de Alencar como patrono.

Acadêmicos ouvidos pela Folha apontam cinco nomes como favoritos: Luiz Paulo Horta, Antonio Torres, Isabel Lustosa, Ziraldo e Fábio Lucas. A eleição está marcada para 21 de agosto.

Zélia Gattai morreu aos 91 anos, em 17 de maio deste ano, de parada cardiorrespiratória, no Hospital da Bahia, em Salvador. Suas cinzas foram depositadas no jardim da Casa do Rio Vermelho, onde também foram postas as cinzas de seu marido, o escritor Jorge Amado, morto em 2001.

by uol

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Tradição perde espaço para a modernidade no 'São João' de Campina Grande (PB)Ana



Segunda-feira, 23 de Junho de 2008
Ana


Sou de Campina Grande, nasci perto , muito perto do forródromo, antigo açude velho, perto da rua 13 de maio.No meu tempo havia fogueiras nas portas, o cheiro invadia as casas junto com cheiro de milho cozido, assado, pamonha canjica, pé de moleque, bolo de mandioca, baeta, e mais fogos como rojões, vulcões, peido de veia, estrelinhas, advinhações,milho assado na fogueira e um cheiro de madeira e polvora etc.Na cidade o grande são joão era na rua , nos bairros de jose pinheiro, catolé, palmeiras, volta do Zé leal. alto branco afora clube dos caçadores, clube médico, e festas em Queimadas-cidade vizinha-, nosso tempo era mais enxuto e menos capitalista, a não ser período em que meu pai faturava bem na sua PADARIA DAS NEVES, mas passou esse tempo, tempo meu de Braulio Tavares Jose Newman, de Rosil CavaLcante,(convidei a comadre sebastiana para dançar ) Marines, Lua Gonzaga , de Elba Ramalho e Vava, sua irmã.
PAulo a c vASCONCELOS
Luisa Bartholomeu
Enviada especial do UOL
Em Campina Grande (PB)
O 'maior São João do Mundo', como ficou conhecida a tradicional festa junina de Campina Grande, na Paraíba, ganha ares de modernidade a cada edição. No 26º ano de sua realização, o grande número de outdoors, camarotes e shows que fogem do 'menu' regional acabam descaracterizando um evento que se vende como manifestação cultural e religiosa, mas que caiu nas garras da indústria do entretenimento.


Campina Grande é a segunda maior cidade do Estado da Paraíba

Localização: 130 km da capital do Estado, João Pessoa

População: 371.060 habitantes

São João: Segundo a Embratur, 1,5 milhão de pessoas devem visitar a cidade neste mês de junho
O forró eletrônico é o estilo que mais toca nos alto-falantes. Pelas vielas do Parque do Povo (o coração da festa), espalham-se estandes de vendas de equipamentos eletrônicos e barracas promocionais de patrocinadores. No figurino dos freqüentadores, a ordem é esquecer o vestido xadrez e o chapéu de palha em casa. Meninas usam salto alto e fino, enquanto os garotos calçam tênis, jeans, camiseta e boné. A fogueira, símbolo maior das comemorações juninas, é grandiosa: tem 20 metros de altura. E seria mais se não fosse por um 'detalhe': é iluminada artificialmente.

Os números da festa impressionam, a começar pelo calendário, com um mês inteiro de comemorações. A infra-estrutura é de embasbacar: 44 mil metros quadrados do Parque do Povo, por onde se espalham 380 barracas, 400 atrações musicais e mais de 500 horas de forró para todos os gostos. Além deste reduto, que também abriga um grande palco, camarotes e várias palhoças (ilhas) de forró, outros 40 mil metros quadrados guardam o Centro de Cultura e Arte Marinês (localizado no parque Evaldo Cruz), sem contar o parque cenográfico 'Sítio de São João' e a Feira de Artesanatos, que completam o complexo preparado para receber os festejos juninos.

Entre os cerca de dois milhões de visitantes que visitam as instalações durante todo o mês, é possível encontrar desde moradores antigos da cidade até turistas que enfrentam mais de 10 horas de viagem para participar da festa, como é o caso da professora e comerciante cearense Madalena Lopes. "Formamos um grupo de 26 pessoas e montamos um pacote. No Ceará só se fala nesse 'São João' de Campina Grande. Vim para ver se é bom mesmo", conta.


Fogueira de 20 metros de altura
em Campina Grande é artificial
Seduzidos pela propaganda do regionalismo, gringos de passagem pelo Nordeste também começam a descobrir o 'São João'. Segundo Yara Santos, que arrumou um emprego temporário na festa, a presença de estrangeiros está aumentando a cada ano. "E eles vêm para gastar", diz.

Circulando pelo Parque do Povo, a sensação, sem dúvida, é a de estar em um grande evento, mas sem saber exatamente qual. Enquanto é possível encontrar toques de regionalismo na Vila Nova da Rainha (reprodução de como era Campina Grande antigamente) e na Tabladrilha (palco onde se apresentam quadrilhas dos 64 bairros da cidade), o turista pode saborear uma gastronomia que vai muito além da tipicamente junina. "Quando se pode encontrar yakisoba, pizza, hambúrguer e pastel num mesmo lugar, não é possível dizer que ele conserve sua essência", critica o missionário Gustavo Lucena.

"Nosso objetivo é atender todos os gostos. Aqui nós respeitamos a diversidade ideológica e cultural, mas a raiz é preservada", defende o coordenador de Cultura da cidade, Alexandre Tan.

Origens da festa
A festa de São João em Campina Grande começou a ser realizada no Parque do Povo em 1983, na gestão de Ronaldo Cunha Lima. Naquela época, a área útil da festa se limitava a um único pavilhão, onde se misturavam as tendas típicas, os shows bem mais regionais (xote, xaxado e forró pé de serra) e barracas de comidas típicas. A questão da religiosidade era também, de acordo com relatos de moradores, bem mais valorizada.


Nos estandes, marcas conhecidas e comida que vai de pizza a yakisoba
A partir de então, cada prefeito deixou sua contribuição para a ampliação da festa, segundo a assessoria de imprensa oficial da cidade. "O que houve com o festejo foi uma transformação natural, em decorrência da ampliação do espaço e do próprio progresso de Campina Grande. Se hoje somos o 'maior São João do mundo' é porque o turista gosta e prestigia a festa", explica Tan.

O custo do 'São João' é estimado em R$ 4,2 milhões, sendo R$ 3 milhões dos patrocinadores e R$ 1,2 milhão do governo municipal. Devido a um desentendimento político entre o governador do Estado da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), e o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo Neto (PMDB), a festa não recebe verba do governo estadual há três anos. Apenas a parte de segurança pública é feita pelo Estado, que cede efetivo das polícias Civil e Militar para manter a ordem durante o mês de junho.


No São João de Campina Grande, ruas têm nomes 'engraçadinhos'

Veja álbum de fotos
A 'nova cara' da festa divide opiniões. "É certo que o 'São João' ficou mais comercial nos últimos anos, mas não perde seu encanto. Acho que ela dá opções aos visitantes, pois aglomera muita coisa diferente. O que não dá para negar é que se tornou o principal evento da cidade, trazendo trabalho e renda para o povo", explica Amaral dos Santos, um massagista cearense que adotou Campina Grande como 'cidade do coração'.

O excesso de pessoas que prestigiam o evento muda a rotina de toda a cidade nesta época do ano. Segundo o taxista Márcio Silva, trajetos que levam normalmente cinco minutos, chegam a demorar uma hora para serem percorridos. "Ainda falta muito investimento na cidade. Mas é aquela história: quanto melhor fica, mais gente atrai. E aí o resto a gente já sabe como fica", afirma.

Leia também
Disputa política marca festa de São João em Campina Grande
Com 10 mil habitantes, distrito de Galante tem 'trânsito paulistano' durante o 'São João'
"Campina Grande praticamente não tem vida noturna. Por isso, esse acaba sendo o grande evento da cidade. O movimento dobra em todos os estabelecimentos comerciais. Não dá para falar que isso é ruim", explica Lindimar Martins, sócio de um tradicional restaurante campinense.

"Na minha época de criança, festa de São João tinha balão no céu e fogueira na terra. Isso que está aí é algo sem cultura e sem identidade", resume o funcionário público Silvestre Maia.

O que é ser cidadão?

Há algo que me intriga em relação ao ser cidadão e, portanto, está no exercício da cidadania que se inscreve no ãmbito da alteridade- o outro-, o outro em relação a mim, ao meu contexto.Em que medida isso não se aplica a rua, ao trânsito, a calçada a fila, a vizinhança, ao amigo, ao parente ao colega de trabalho, ao amor etc
Como ser cidadão nas prática cotidianas tenho compaixão, nao no sentido cristão,mas no sentido do amor pelo que de próximo tem o outro, e é meu parceiro na formulação da vida.Como estar com outro enquanto parceiria cidadã?
Talvez este seja o grande impasse na construção das nossas histórias de vida diante da política e do capitalismo.Será que nao estamos omitindo o ser cidadão diante de interesses práticos nestes dois grandes campos que nos envolve e e se constitui o paradigma central de nossa vida em concorrência permanente e que nos faz omitir nossa dívida de ser cidadãos?
Precisamos pensar nisto, como princípio ético, diretor da civilização e da condição humana.
Paulo A c Vasconcelos

domingo, 22 de junho de 2008

Equívocos comuns sobre a imagem

Domingo, 22 de Junho de 2008 | Versão Impressa


0 comentário(s)
Avalie esta Notícia
RuimRegularBomÓtimoExcelente0 votos
0
Equívocos comuns sobre a imagem
Reunião de oito textos de seminário com especialistas de diferentes áreas revela preconceitos sobre o pensar fotográfico

Simonetta Persichetti
Tamanho do texto? A A A A
A princípio todo livro que se propõe a discutir e a pensar fotografia é bem-vindo, diante da escassez desse tipo de publicação que temos no Brasil. Foi assim que o livro 8x Fotografia, organizado por Lorenzo Mammì e Lilia Moritz Schwarz, foi recebido. O livro é resultado de seminário realizado em setembro e novembro de 2004, no Centro Universitário Maria Antonia, quando seus autores convidados discutiram a fotografia nas mais variadas vertentes. Participaram professores de diversas áreas como sociólogos, fotógrafos, poetas, jornalistas, críticos de arte e antropólogos.

Um debate mais do que interessante, visto que a fotografia, desde sua invenção na metade do século 19, está infiltrada nas mais diferentes áreas do saber e se predispõe às mais diferentes interpretações. E é bom que assim seja. Mas o entusiasmo inicial termina nas primeiras páginas da leitura. Tirando o fato de uma linguagem acadêmica e pedante, fica desde logo evidente que a fotografia não é o centro das questões, mas fica em segundo plano, apenas como referência para outras dissertações e pensamentos que muitas vezes fogem da idéia inicial. Isso fica claro quando os editores optaram por não colocar imagens nos textos, mas deixá-las à parte no início do livro. Para saber do que eles estão falando fazemos um exercício de ir e vir.

Além disso, vários deles discorrem e falam de inúmeras outras fotografias que nem comparecem no livro. Ou seja, que não conhecem a fundo fotografia, não sabem do que eles estão falando. Fica um elenco de nomes e datas. Os autores dos primeiros ensaios, embora reiteradas vezes repitam não serem especialistas em fotografia nem entender do assunto, procuram de forma, muitas vezes até forçada, incluir a fotografia num discurso que há muito foi deixado para trás. Claro que não é necessário - nem importante - ser um historiador da fotografia para falar sobre ela, mas a partir do momento que se escolhem determinadas vertentes, um pouco do conhecimento do desenvolvimento da linguagem fotográfica não atrapalha, pelo contrário, só ajuda.

Isso se dá muitas vezes porque se acredita que um historiador ou crítico de arte é conhecedor o suficiente de representações de linguagem não verbal para discorrer sobre a representação fotográfica. Um equívoco bastante comum. A fotografia está mais para a narrativa literária do que para a representação pictórica. A professora de história de arte moderna e contemporânea Rosalind Krauss, já deixou isso muito bem explicado em seu livro O Fotográfico (Editora Gustavo Gili, 237 págs., 1990). A fotografia pertence a um campo cultural diferente da pintura (embora muitas vezes dialogue com ela e sem dúvida lhe é muita próxima) e, portanto, as perspectivas de percepção são diferentes por parte dos espectadores.

Rosalind Krauss parte do princípio que não é exato partir das noções de estética e estilo de história da arte para falar sobre fotografia. Que ela está mais próxima da idéia de acervo do que da idéia de museu. Ela defende a fotografia como um campo artístico específico. Ao seu lado, estudiosos como Roland Barthes ou Philippe Dubois, que se apóiam na semiótica, também defendem a decodificação da fotografia como a decodificação de um texto. Mas nada que impeça outros tipos de leitura e interpretação.

Pois bem, nos oito textos do livro - diga-se todos escritos por pessoas altamente gabaritas em suas respectivas áreas -, muitas vezes nos deparamos com preconceitos criados durante os mais de 200 anos da história da fotografia. Parece aos autores, não todos, incomodar o fato de não conseguir entender ou catalogar a fotografia dentro da história da linguagem autônoma. Ou uma vontade de incluí-la de forma forçada dentro da história da arte.

Outro autor especialista em fotografia, Alfredo de Paz, já dizia que ninguém é igual diante de uma fotografia, nem quem a faz, nem quem a olha. Isso permite as mais variadas recepções e a conclusão de que a fotografia não é uma linguagem universal e que, portanto, necessita de decodificação para ser compreendida.

Dos oito textos, cinco fogem da discussão do pensar fotográfico, procurando de toda maneira entender não o ato em si, mas correlacionar a fotografia às outras áreas, em especial as artes plásticas. Daí as comparações com colagens e surrealismo no texto de Alberto Tassinari ao falar de uma imagem de Cartier-Bresson, e erroneamente citá-lo como o grande representante do instantâneo esquecendo de outros antes dele que fizeram do átimo sua linguagem, como André Kèrtész. Ou o texto do ensaísta e poeta Antonio Cícero que foge completamente para uma pensata poética - muito interessante, mas que nada fala à fotografia, para a ela retornar no final e forma muito apertada encaixar a imagem de David Hockney em seu discurso. Ou ainda a leitura dos trabalhos de André Kertész pelo Rodrigo Naves, que de início já "determina" quais assuntos seriam mais apropriados ao registro fotográfico, ou seja, "o que se deixa caracterizar plenamente pela sua exterioridade..." Ou a ligação entre texto e imagem nos cartazes publicitários e grafites da cidade, inspirados por uma fotografia de Walker Evans, e que levou seu autor o jornalista Marcelo Coelho a dizer claramente que falará de outras coisas e mais tarde voltará para a fotografia. Ou o fascinante e interessante texto de Sylvia Caiubi Novaes, já conhecida e reconhecida na área de antropologia visual, mas que também nos traz a imagem como ilustração e quase incapaz de conseguir por si só trazer algumas informações ou comunicar algo que nos quer contar. O problema não está na imagem, mas na maneira como nós entendemos a fotografia. Como dito acima parece que ela é mera ilustração, mero suporte ao que se acredita ou quer provar. Conceito há muito superado.

Mas nos três seguintes, encontramos a fotografia protagonista, como no belo texto de Eugenio Bucci, que ao levar para discutir uma "singela" imagem familiar desbotada pelo tempo, coloca em discussão, não apenas a leitura imagética, mas percepção, de tempo, de sentimentos e a possibilidade narrativa da fotografia, não como fim ou morte de um momento, mas como a presença. A função de memória da fotografia que se transforma em eternos presentes e não simplesmente evoca o passado: "O valor informativo de uma fotografia está cada vez menos no que ela traz de sua suposta origem documental, histórica ou jornalística, e cada vez mais naquilo que lhe é exterior, o olhar que a tem como objeto e que a tomará como um elo para uma narrativa sentimental." Ou ainda: "O sujeito movido pelo desejo inconsciente é que fica encarregado de construir a narrativa - que só pode ser afetiva e psicologizada - das imagens que o cercam."

Imperdível o texto de José Souza Martins e da compreensão sociológica do papel da fotografia como vetor de discussão. Ao analisar uma imagem de Sebastião Salgado, na invasão de uma fazenda no Paraná, o autor nos dá uma bela aula de interpretação imagética, abrindo espaço para variadas possibilidades de leitura a partir da própria imagem ou da construção do discurso imagético. Assim como o texto de Cristiano Mascaro ao discorrer sobre o fotografar de Robert Frank, um olhar aparentemente solto, mas que foi responsável por criar uma estética própria: "Ao deixar de se posicionar diante dos acontecimentos como simples espectadores isolados dos fatos, como era comum então, para se tornar protagonistas da trama, invadindo o centro da cena e construindo imagens carregadas de subjetividade."

Uma bela idéia, um belo elenco de profissionais, fantástica possibilidade de discutir fotografia. Um resultado que deixa a desejar. Pena!
COMENTÁRIOS

Falha em tratamento de esgoto piora rio Tietê



Publicidade
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
CONRADO CORSALETTE
da Folha de S.Paulo

A Sabesp despeja no Tietê esgoto tratado na Grande São Paulo por um sistema deficiente --incapaz de tirar elementos químicos que pioram a qualidade do rio no interior paulista. A conclusão está expressa em 11 linhas do relatório de qualidade das águas divulgado há duas semanas pela Cetesb, a agência ambiental paulista, que monitora os rios de São Paulo.

Segundo a Cetesb, o sistema de tratamento implantado, e em expansão, não consegue remover nitrogênio e fósforo, substâncias que fazem proliferar algas e outros organismos que roubam oxigênio da água, afetando a vida aquática.

A Cetesb apontou o problema de deficiência no tratamento do esgoto a partir de testes realizados entre a ponte dos Remédios, a barragem Edgard de Souza e a barragem de Pirapora. Lá, foi constatado que existe uma tendência de aumento das concentrações de nitrogênio e de fósforo.

Além disso, a Cetesb suspeita que a ETE (estação de tratamento) de Barueri, que responde por 70% do esgoto tratado na região metropolitana (referente a 4,5 milhões de pessoas), funciona de forma inadequada. Isso porque melhorou a água coletada para testes antes do ponto em que o esgoto tratado é despejado, o que não ocorreu nos trechos após o local em que esse esgoto chega ao Tietê.

Um indicador de poluição, que mede a necessidade de oxigênio na água, "confirma que não existe uma redução da carga orgânica destinada ao médio Tietê", segundo a Cetesb.

A pior condição para a vida de peixes no Tietê está em Pirapora do Bom Jesus, cidade a 53 km de São Paulo conhecida pela espuma que costuma cobrir o Tietê e até inundar as ruas.

Para a Cetesb, é necessário discutir a implantação do chamado sistema terciário de tratamento, que consegue eliminar fósforo e nitrogênio.

Hoje, a Sabesp faz um tipo de tratamento mais grosseiro e está investindo R$ 6 bilhões em saneamento em todo o Estado, sem modernizar a tecnologia.

"As ações em saneamento continuam pertinentes, porém, podem ser melhoradas para avançarmos na qualidade das águas e na saúde pública", diz o gerente do departamento de águas superficiais e efluentes líquidos da Cetesb, Eduardo Mazzolenis de Oliveira.

A opinião de que é necessário mudar o sistema é referendada por Plinio Barbosa de Camargo, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP (Universidade de São Paulo), em Piracicaba, especialista em tratamento de efluentes.

Uma pesquisa iniciada há nove anos, após o ponto de esgoto tratado no rio Piracicamirim, em Piracicaba, revelou que a água piora nesse local, efeito semelhante ao do Tietê.

"Hoje, são gastos milhões em sistemas de tratamento que não dão conta, em estações que não vão funcionar", diz.

Distrito Federal

Em Brasília, cerca de 50% do esgoto coletado é tratado pelo sistema terciário, cuja implantação e operação são bem mais caras, mas mais eficientes.

Segundo Carlos Eduardo Pereira, superintendente de operação do sistema de esgotos da Caesb (a Sabesp local), o processo é necessário porque a região tem rios pouco volumosos e muitos lagos e lagoas. Por causa disso, a poluição despejada em um lago pode permanecer por até dois anos. "Com nossa situação aqui, precisamos tratar o esgoto com a máxima eficiência", disse.

Segundo ele, o custo de implantação do sistema terciário foi de R$ 60 por habitante. O sistema secundário custa R$ 35, e o primário R$ 20.

Já a operação do sistema terciário tem um custo aproximado de R$ 0,80 por m3. Em um sistema primário esse valor não passa de R$ 0,10.

Colaborou LUIS KAWAGUTI

Leia mais

Rios de Ribeirão recebem 50% de esgoto "in natura"
Sabesp diz que obedece lei ambiental na manutenção do Tietê
Barra Bonita oferece passeios de barco às margens do rio Tietê
Tietê recebe 34 mil litros de solvente devido a acidente na marginal; tráfego é lento
VÍDEO: Jovens querem transformar rio Tietê em obra de arte
Sabesp e OAB-SP firmam acordo para minimizar poluição no rio Tietê
GUIA DA FOLHA: Veja programação cultural e de diversão no maior roteiro da internet
Especial

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Una nueva, última, traducción del mítico Las mil y una noches


Viernes, 13 de Junio de 2008

LIBROS

La lectora impasible
Una nueva, última, traducción del mítico Las mil y una noches desarma de un plumazo ese encantador título –no hay ni una ni mil noches–, devela la voracidad de otras versiones por sumar cuentos que nunca existieron en el original –y que ni siquiera eran árabes– y rescata el erotismo y la sensualidad del original mil veces censurado y reinventado. Sólo Sherezade quedará en pie, aunque no intacta: se conserva su amor por la lectura, se pierde a la heroína que salva su vida a través del relato. Pero, claro, esta versión editada ahora por Edhasa no tiene por qué ser la última, apenas la más reciente.






[cerrar]Comparta esta nota con un amigo
E-Mail de su amigo
Su nombre
Su E-Mail
Comentario


Por Liliana Viola

¿Quién puede desasirse de Las mil y una noches? Nadie puede. Están instaladas con sus guiños exóticos y hasta caricaturescos en la habitación de la infancia. De Las mil y una noches se puede recordar incluso lo que jamás se ha leído, y todos tienen algo que decir de Sherezade. Hoy mismo, cuando una estética cíber parece haber eliminado todo candor, este libro con sus insolentes versiones ilustradas, más literarias o menos, más árabes o lo que sean, cierran el circulo. La alfombra de Aladino, el cinturón de Simbad y la piedra que sólo se abre con “Sésamo” en “Alí Baba y los cuarenta ladrones”, se encargan de arraigarla más. Pero aun así, todo esto no quita la sospecha. Siempre es una sospecha lo que mantiene con vida a la ensoñación. ¿Y si acaso estas historias no fueran Las mil y una noches? Algo falta o algo sobra, algo definitivamente no coincide. Porque, ¿hasta qué punto las traducciones sucesivas no traicionaron los detalles, las relaciones amorosas, las sexuales, el perfil de los personajes y hasta lo que iba ocurriendo en cada uno de los cuentos? La duda sobre la fidelidad de estas noches estuvo desde siempre y es parte del encanto perverso que tiene el libro, lasciva invitación a aportar la noche faltante, la cierta. Eso es lo que hicieron, por dar apenas tres ejemplos, Pasolini, también Stevenson y el mismo Borges. Algo envidiable tiene Sherezade que lleva a tantos a querer imitarla, la mujer que cuenta y mantiene en suspenso la ira del sultán, capaz de hacer cambiar el orden del mundo, el razonamiento equivocado, la propia historia personal. Algo la hace encarnar el misterio y el poder de la literatura.

Pero tarde o temprano había que hablar del asunto. O volver a hablar, para después olvidarse. Una nueva traducción, aparecida en Buenos Aires en estos días, viene a confirmar lo bien fundada que estaba la sospecha de que las noches no eran tan ciertas. Ya en su Historia universal de la infamia Borges se divertía mucho poniendo en ridículo a uno de los traductores ingleses citando sus advertencias al pie: “Paso por alto un episodio de lo más reprobable (...). Suprimo acá una explicación repugnante. (...) Una línea demasiado grosera como para ser traducida me lleva a suprimir esta anécdota.” ¿Y si el libro que sirvió de ingreso a un mundo de sultanes, califas, harenes, eunucos y tanta infiel descuartizada fuera el fruto de esa obstinación occidental por ponerse a escribir cuando se trataba de leer?


INTERRUPTUS
El primer traductor europeo, Antoine Galland, responsable del gran malentendido pero también del encanto que provoca el libro hasta hoy mismo, quedará en la historia como el inventor de Las mil y una noches. En el sentido de descubridor y en el otro también. Coleccionista y filólogo, compró este manuscrito, que en realidad ya era una versión, en uno de sus viajes a Siria de donde solía traer objetos exóticos. Le llamaron la atención lo divertido y lo “fantástico” –palabra despectiva para la época– y se dispuso a la tarea de traducir, trabajo que consideró menor. El éxito del primer tomo sumado a aquello de las “mil noches” lo llevó a completar once tomos más. El objetivo, agradar y entretener a la corte de Luis XIV sin faltarle el respeto ni escandalizar a la concurrencia. El mismo advierte en su edición de 1703 que si en alguna ocasión se ha apartado del texto ha sido “cuando el decoro me impedía seguir el original”. Conclusión: una serie importante de orgías, descripciones minuciosas de encuentros entre las mujeres del harén y sus negros criados, ya que la infidelidad femenina suele ser detonante y arma poderosa para estas historias, han sido suprimidos. Si los lectores y lectoras han vislumbrado un atisbo y han sentido el interruptus, sepan ahora que estaban en lo cierto. Cierta celebración de los encuentros físicos y el regodeo en sus descripciones, que pone en suspenso toda moral constituye una de las mayores mutilaciones que había sufrido la obra. ¿Se puede reparar? La nueva versión, modernidad mediante, no está regida por esas limitaciones. En fin, la aparición de una traducción realizada hace muy poco por el prestigioso arabista europeo René R. Khawam –editada en estos días en Argentina por Edhasa– deja en evidencia lo mucho que a la historia de la lectura le costó salir de su habitación imaginaria. Este texto, según anuncia su autor, luego de 40 años de investigaciones sin pausa, se acerca como ningún otro a lo que el escritor árabe –que por anónimo no debe entenderse ausente– quiso decir. Por lo pronto, y he aquí la primera sorpresa, la versión que está disponible en estos días en español es la primera que se basa en los manuscritos antiguos y únicos confiables, que por otro lado siempre estuvieron a disposición. Vaya a saber qué caprichosa luna determinó que los otros traductores escogieran versiones posteriores, recopilaciones tardías o relatos orales. Como si hubiese un acuerdo tácito y unánime, no deja de asombrarse René R. Khawam, según el cual Las mil y una noches estuvieron condenadas eternamente a que no se les concediera la condición de texto como tal. ¿En razón de qué vergonzoso pecado? El libro fue condenado a ser hijo bastardo de un autor que no existe o que robó aquí y allá unos cuantos cuentos tradicionales de su tierra y salió corriendo. Tanto Rabelais como Shakespeare hicieron esto mismo. Y sin embargo hace rato que a nadie se le ocurre redondear sus palabras, sacar y quitar personajes según un gusto personal o en nombre del gusto en mayúsculas. Hablando del tiempo que ha costado acercarse a estas noches, hay que sumar que esta nueva versión escrita en francés a fines de la década del ochenta fue traducida al español recién el año pasado y ahora, a mediados de 2008, llega a nuestro país.


INFAMIA Y TRAICION = LITERATURA
Decirlo de una vez por todas: Las mil y una noches jamás fueron tales. Un error de interpretación hizo que aquella expresión en el título de la obra, “mil y una” que en árabe significa “muchas”, fuera entendida como un mandato por copistas y traductores. Salieron desbocados a buscar noches faltantes y en el fragor confiaron en otros manuscritos, en árabes amigos o simplemente advenedizos dispuestos a hacer valer sus imaginaciones. Es más, la edición original ni siquiera está dividida en noches. Cansados los traductores, como es muy posible suponer, las noches del final suelen ser más cortas que las del principio, las cosas pasan más rápido y de forma bastante inconexa, resultan cada vez menos árabes y más chinas, indias y hasta europeas. Cuenta la leyenda, por ejemplo, que la editora de la primera versión occidental incluyó por decisión propia y sin consultar al traductor dos cuentos turcos que le gustaron mucho y que según ella, tenían mucho que ver con el asunto. Hay más: la llegada de un narrador sirio al palacio donde trabajaba Galland, el traductor francés, conociendo el trabajo en el que estaba embarcado, le contó unos cuentos árabes muy hermosos que él prometió incluiría en algún tomo de Las mil y una noches. Y cumplió, ahí están.

Si alguien se tomara el trabajo de leer las traducciones francesas, inglesas y alemanas (las españolas son derivadas de éstas) que se han hecho hasta ahora, encontraría que la fantasía del traductor se descontrola a medida que avanza. A tal punto que ya ni se puede hacer comparaciones porque directamente cada uno va incluyendo cuentos diferentes. Basta esta introducción para que las lectoras y lectores hayan tomado asiento y se encuentren medianamente preparados para la noticia que se desprende de todo lo anterior: ni Simbad, ni Aladino, ni Alí Baba pertenecen a Las mil y una noches. A cambio del erotismo y las cuestiones políticas que se habían suprimido en anteriores versiones, se aconseja no buscar en vano estas historias que aparentemente fueron escritas unos siglos después que apareciera el original.


LA IMPORTANCIA DE LLAMARSE SHEREZADE
A todo esto, Sherezade intacta. Porque de todos los personajes, si hay uno que mantiene su perfil a través de las múltiples versiones, es la narradora. Hay una razón técnica para que se haya salvado: su historia se cuenta al principio, breve y pronto. El autor (nadie hasta ahora ha puesto en duda que fuera un hombre) no tenía el factor intriga en su horizonte. La historia del sultán vengativo y la mujer capaz de cautivarlo y suspenderle la ira con sus narraciones es la coartada para enlazar esta serie de historias populares que fluyen unas desde adentro de las otras en una especie de abismo sin caída. Lo mismo que un siglo más tarde haría Boccaccio con la peste y sus diez jóvenes narradores. Para eso, señalan quienes pretenden –de espaldas a otros muchos fragmentos– hacer una lectura feminista de este texto, Sherezade no se vale de la seducción ni del secreto encanto del sexo, como el resto de las damas que aparecen en la misma obra. Sherezade no es más bella ni más atractiva que ninguna. Tiene otro don: no la seguridad de los que escriben sino la seguridad de los que leen. Porque si un detalle suele olvidarse de este personaje es que el narrador se esmera en presentarla como lectora. Desde el comienzo sabemos que hubo dos sultanes hermanos engañados por sus mujeres, primero uno y después el otro. Que uno de ellos ha decidido, luego de matar a su esposa, casarse con una doncella, desflorarla a la noche y asesinarla a la mañana. Y nos enteramos también de que Sherezade corta la matanza casándose con el sultán y manteniéndolo entretenido durante muchas noches más, hasta que se le pasa la bronca. Con estas palabras, algunas más algunas menos, las personas consultadas al azar para esta nota –todos conocían a Sherezade– respondieron lo mismo. Sin embargo faltan muchos detalles. La imagen que todos recordamos es tan traidora por simple, como puede serlo cualquier traducción. Para empezar, Sherezade no es una víctima, al menos en el corto plazo: no está en peligro ya que es la hija del guardia del sultán encargado de matar a las doncellas. Ella encara a su padre y pide casarse con el asesino. Los primeros sorprendidos son el guardia, por amor filial, y el sultán, por simple lógica. A continuación, el narrador presenta a su personaje: conoce los anales de la historia de su tierra, las leyendas y los saberes de las diferentes dinastías, ha disfrutado de la poesía, disfruta de la filosofía y de la ciencia. Su padre trata de convencerla con una alegoría y ella le responde que si bien el relato es convincente, puede contar muchos otros que justifican lo contrario. Si él no la entrega se entregará ella misma al sultán. Sherezade tiene un plan y aquí las lecturas han olvidado a una mujer de crucial importancia: Duniazad, la hermana menor que forma parte importante del plan. Duniazad es la encargada de entrar cada noche, una vez el sultán se ha descargado en el cuerpo de su hermana, y pedir como último favor que Sherezade le cuente el cuento.

La historia de Sherezade y también los cuentos que ella elige para educar al “hombre en crisis” han sido objeto de lecturas forzadas, para algunos, emblema de la sumisión y para otros, evidencia de la capacidad libertaria de las mujeres. Ante la profusión de maridos misóginos y furiosos que no dudan en decapitar mujeres para evitar la menor sospecha, ante la cantidad de mujeres engañadoras y vidas de esclavos y de pases mágicos, poco puede hacer una lectura que siempre es tendenciosa cuando llega con siete siglos de distancia. La edición corregida, aumentada y reducida, difícilmente llegue a borrar las noches que ya están instaladas, pero significa un gran aporte. Por un lado confirma la capacidad de ciertos libros de burlarse de la gente. Y por el otro (se aconseja leer con atención todo el apartado dedicado a historias con protagonistas femeninas) los cuentos y ciertos fragmentos agregados confirman una visión más compleja de la que se ha pretendido instalar, no sólo en relación con la inteligencia árabe, sino sobre las representaciones de la mujer a lo largo de la historia.