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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Em lista de 34 países, Brasil é o que menos gasta em educação

Em lista de 34 países, Brasil é o que menos gasta em educação





O Brasil é o que menos gasta com educação dos 34 países analisados por um estudo da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgado nesta terça-feira (18). O país apresenta o menor investimento por estudante (desde o ensino básico até a universidade), gastando em média cerca de R$ 2.488 por ano.

Os 30 países da OCDE gastam, em média R$ 14.376, e no país que mais gasta em educação, Luxemburgo, este valor chega a R$ 25.705. No Chile, o único outro país sul-americano incluído no estudo, o gasto total é de R$ 5.470.

O Brasil também é o país que apresenta o maior nível de diferença entre os gastos por estudante no ensino fundamental e secundário, em comparação com os estudantes universitários.

Enquanto o país gasta R$ 2.213 em estudantes da pré-escola (à frente apenas da Turquia, que gasta R$ 2.139) e R$ 1.973 em estudantes do ensino fundamental e ensino médio (o mais baixo), os gastos com estudantes universitários chegam a R$ 17.226 por estudante, ao ano.

Gastos com universitários
Em média, os países da OCDE gastam apenas duas vezes mais na educação de estudantes universitários do que estudantes dos ensinos fundamental e médio. O gasto com os universitários no Brasil se compara ao de países como a Espanha e a Irlanda, e fica à frente da Itália, Nova Zelândia, México e Portugal, entre outros.

O total do PIB investido em educação chega a 3,9% no país, segundo o relatório da OCDE, ficando à frente apenas da Rússia (3,6%) e da Grécia (3,4%). De acordo com a OCDE, a porcentagem do PIB gasta em educação demonstra a prioridade que este país dá à educação em relação a outros gastos de seu orçamento.

Nos Estados Unidos, os gastos com Educação correspondem a 7,4% do PIB, a maior proporção, e na Dinamarca e Luxemburgo, ele corresponde a 7,2%. Segundo o documento, todos os países analisados aumentaram o investimento em educação com o aumento dos gastos chegando a mais de 40% em comparação a 1995.

Vejam oque é o Brasil! E ainda achamos que estamos como país emergente!!!!!!!!!!!!!!!!
pv

Mercado de trabalho
Os resultados deste investimento ainda não atingiram seu potencial total e, segundo analistas ouvidos pelo estudo, ainda pode crescer 22%. O relatório também conclui que quanto mais difundida a educação universitária em um país, mais próspera a economia e melhor o mercado de trabalho para os recém-formados.

O documento mostra ainda que as perspectivas de emprego para os profissionais menos qualificados não parecem ser prejudicadas pelo aumento do número de universitários e podem até melhorar.

Em todos os países avaliados, os profissionais com curso universitário ganham mais e encontram emprego mais facilmente do que os que não chegam à universidade.

domingo, 9 de setembro de 2007

Engenhos literários


Engenhos literários
Na quarta completam-se 50 anos da morte do escritor paraibano José Lins do Rego, autor de Menino de Engenho, e o Estado percorreu a região onde nasceu o autor

Jotabê Medeiros

Uma gangue de sagüis, três vacas e um gato são atualmente os habitantes da Casa Grande e do terreiro do antigo Engenho Corredor, onde nasceu em junho de 1901 o escritor paraibano José Lins do Rego. Atrás da propriedade (que apesar de abandonada ainda conserva em bom estado o casarão onde viveu a família do autor), uma máquina a diesel e 6 homens drenam furiosamente a areia do Rio Paraíba, onde os meninos de engenho costumavam se banhar, para o usufruto da construção civil paraibana.

Esta semana, a cidade de Pilar, relíquia de 249 anos encravada entre os velhos engenhos mortos (uma espécie de Macondo do autor brasileiro) contraria alegremente todos os clichês sertanejos: o tempo está fresco, chove, os campos estão todos verdinhos e pode-se até colher um tomate vermelho e brilhante na beira da estrada.

Na quarta-feira, 12, completam-se 50 anos da morte do Lins do Rego, e o Estado percorreu a região onde o avô do escritor possuiu nove engenhos, a maioria em ruínas hoje, e que alimentou uma das fases mais ricas da literatura regionalista nacional.

O Engenho Corredor tem um cadeado na porteira. Quando o jornalismo avança, quase ato contínuo, um carro da polícia encosta. Danou-se, diria o paraibano mais aperreado. Mas da viatura salta o policial aposentado Sebastião José de Brito, o Babá, de 62 anos, e tudo que ele quer é contar história, e como conta bem. 'João Lins Vieira foi o último habitante da Casa Grande, e a mulher, dona Montinha, era minha madrinha. Eu passava aqui, a estrada era aqui (com os braços abertos, redesenha no ar a geografia anterior às ruínas), eu ia com bodoque pra caçar no mato. Quando voltava, de tardinha, ela me chamava, colocava um gelo na caneca e a gente ia até a sala de purgar a cana, e lá ela tirava uma cuia de caldo de cana e me servia na caneca', lembra Babá.

O ex-sargento da polícia está ali trazendo um novo colega que queria conhecer a propriedade, e vai lembrando dos bailes que o senhor de engenho dava, o de São Pedro e o do carnaval, com fogueira na frente do casarão, a orquestra tocando, o anfitrião na porta do salão, recepcionando os convidados de casaca. Hoje, o cadeado é fruto de disputa judicial entre uma filha de Lins Vieira e o genro. Babá ainda se lembra do último baile de carnaval, os violinos debaixo da árvore e o senhor de engenho molhando os foliões com um jato d'água.

Muda a paisagem, mas os personagens permanecem e até se robustecem. Talvez venha daí a riqueza literária dessa terra, dos contadores de histórias que se acercam, que convidam para entrar, o cheiro de toicinho com feijão chispando no fogão, como na casa modesta de Mestre Zé Amaro, personagem de Fogo Morto ('Um personagem de Proust perto de mestre José Amaro é café pequeno', disse Mário de Andrade). A decadência dos engenhos já era a matéria-prima da literatura de Lins do Rego, mas, como assinalou Otto Maria Carpeaux, é na percepção da oralidade que está a riqueza da coisa toda. 'José Lins do Rego é um conteur nato; contar histórias é a sua profissão', escreveu Carpeaux.

E as histórias aqui, na região dessa cidade batizada por uma imagem espanhola de Nossa Senhora del Pilar, emboscam o viajante a cada momento: nos fantasmas dos enforcados da antiga Casa de Câmara e Cadeia que um dia fizeram o cabo sair correndo para a rua só de cuecas, assustado; no homem de chapéu que passa montado num burrico com um sabiá na gaiola; na plaqueta pregada numa árvore centenária, onde se lê 'vende-se dindim'; na escola de datilografia que persiste (e que tem 6 alunos na terça-feira e 6 alunos na quinta-feira).

'Na Europa, essa região seria um lugar daqueles que têm roteiro nos guias de viagem, verbete especial em enciclopédia de turismo, uma rede de pousadas e hotelaria', entusiasma-se o cineasta Vladimir Carvalho, que acaba de lançar o documentário O Engenho de Zé Lins, justamente tratando desse universo. O filme foi exibido com grande êxito no recente Festival de Gramado. O diretor remonta à sua maneira os cacos desse legado literário, e até resgata das ruas o ex-ator Sávio Rolim, o hoje sem-teto em João Pessoa que fez o papel do menino Carlinhos no filme Menino de Engenho, em 1965, dirigido por Walter Lima Júnior e com produção de Glauber Rocha.

Vladimir, que também é filho da terra, defende a criação de um roteiro turístico cultural para a região. Depois de dois dias rodando por ali, é impossível não lhe dar razão. Na cidade de Sapé, uns 30 quilômetros mais adiante da Pilar de Lins do Rego, encontra-se o que restou do Engenho Pau D'Arco, atual Usina Santa Helena, onde nasceu o poeta 'profundissimamente hiponcodríaco' Augusto dos Anjos (1884-1914), autor de um único e inimitável livro, Eu, lançado há exatos 95 anos. A casa de sua ama-de-leite virou uma fundação, inaugurada há um ano.

Seguindo de novo pela estrada em direção a Campina Grande, mais uns 60 quilômetros à frente, o carro desvia para a serra que abriga a misteriosa cidade de Areia, envolta na neblina que veio após a chuva. É uma jóia colonial no alto de uma montanha, uma Campos do Jordão sertaneja, terra do pintor Pedro Américo e do escritor José Américo de Almeida (e ministro de Getúlio Vargas), autor de A Bagaceira, que inaugurou todo o ciclo dessa literatura de engenho & arte.

by http://www.estado.com.br/editorias/2007/09/09/cad-1.93.2.20070909.1.1.xml

As potências da imagem

As potências da imagem
O crítico José Carlos Avellar examina o diálogo do cinema com a literatura, as artes plásticas e a música

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Quando se pensa no binômio "literatura-cinema", a idéia mais imediata que vem à mente é a das adaptações literárias, ou seja, a transformação de livros em filmes. Mas, como mostra cabalmente o recém-lançado "O Chão da Palavra", do crítico José Carlos Avellar, a relação entre esses dois termos está longe de ser uma viagem de mão única da letra em direção à imagem.
O subtítulo do livro -"Cinema e Literatura no Brasil"- é enganoso pela modéstia. O ensaio de Avellar não se restringe ao Brasil nem aos dois meios de expressão em foco.
Com erudição e fluência admiráveis, o crítico passeia pelas relações entre o cinema e praticamente todas as outras artes.
E não apenas no sentido mais evidente, o de apontar a absorção pelo cinema de temas e formas da literatura, do teatro, da música e da pintura mas também -e principalmente- na investigação do que existe de cinema, ainda que em embrião, em cada uma dessas artes.

Pré-história
Um dos veios mais interessantes de "O Chão da Palavra" é justamente a discussão que Avellar, tomando emprestado o termo "cinematisme", de Serguei Eisenstein, empreende em torno do "cinema que existiu antes do cinema".
"O cinema talvez se encontre presente, latente, como estrutura comum aos muitos modos de ver e sonhar o mundo criados desde que o homem começou a se pensar como um processo e saiu em busca de um aparelho capaz de registrá-lo assim: coisa não-acabada, não-concluída, incompleta, rascunho. Compreendendo-se como rascunho, para melhor se pensar, o homem criou uma expressão-rascunho, todo o tempo em movimento para fora de si mesma", resume o crítico.
Assim, pode-se pensar o diálogo do cinema não apenas com a literatura, as artes plásticas e a música que surgiram já sob o seu impacto -ou seja, depois da invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière, no final do século 19- mas também com a pintura de Velázquez, a literatura de Machado de Assis e uma infinidade de experiências artísticas em que o cinema aparece em estado de embrião, desejo, potência.
Só depois de refletir acerca das afinidades e intersecções entre as várias artes, vistas como estruturas de organização do imediatamente visível e de construção do imaginário, é que Avellar se debruça mais detidamente sobre as relações entre filmes e livros, não só no Brasil (as tentativas de adaptação de Proust, por exemplo, ocupam todo um capítulo).
O cerne do livro é o diálogo fecundo entre alguns escritores centrais da nossa literatura (Machado de Assis, Euclydes da Cunha, Mário de Andrade, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Nelson Rodrigues, Clarice Lispector) e os cineastas que ousaram levá-los ao cinema (Nelson Pereira dos Santos, Julio Bressane, Eduardo Escorel, Leon Hirszman etc.).
Não se trata apenas das adaptações literárias "sctricto sensu" mas da absorção, pelo cinema, de idéias e procedimentos expressivos ou narrativos da literatura -e vice-versa.
Um filme como "Deus e o Diabo na Terra do Sol", embora baseado em roteiro original de Glauber Rocha, deixa ver a todo momento a influência marcante de Euclydes da Cunha e Guimarães Rosa sobre o cineasta baiano.

Mário e Machado
Um caso que ilustra bem a natureza de mão dupla das relações entre literatura e cinema é o de "Lição de Amor", de Eduardo Escorel, inspirado em "Amar, Verbo Intransitivo", de Mário de Andrade. Aparentemente, o romance é muito mais "cinematográfico" do que o filme, no sentido da utilização de recursos como a montagem descontínua e o deslocamento do ponto de vista.
Outra passagem brilhante do livro é a que compara duas versões cinematográficas das "Memórias Póstumas de Brás Cubas", o "Brás Cubas" de Julio Bressane e o "Memórias Póstumas" de André Klotzel. "Klotzel leu o que Brás Cubas escreveu. Bressane leu o que Machado escreveu", diz Avellar.
E na sua explicação para essa sutil diferença resume-se a razão de ser desse belo e alentado ensaio.



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O CHÃO DA PALAVRA - CINEMA E LITERATURA NO BRASIL
Autor: José Carlos Avellar
Editora: Rocco (tel. 0/xx/21/ 3525-2000)
Quanto: R$ 48,50 (438 págs.)
by uol http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0209200708.htm

terça-feira, 31 de julho de 2007

El cine pierde a un director fundamental Ingmar Bergman


Suecia y el mundo de luto:
El cine pierde a un director fundamental

Fernando Zavala








Ingmar Bergman, ya retirado de la vida pública, falleció por causas naturales dejando uno de los mayores y más contundentes legados de la cinematografía mundial.

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FERNANDO ZAVALA

En el sueño, sin estridencias, en total y absoluta calma. Así, como él mismo se propuso pasar sus últimos años, partió uno de los más grandes cineastas de la historia. Ingmar Bergman (89) falleció ayer de causas naturales en su casa de la isla de Faro, en el mar Báltico. Estaba retirado desde 2003, cuando hizo el último y definitivo anuncio de aislamiento. El legado que deja es inconmensurable. Sesenta años de carrera, 54 películas, 126 obras de teatro y la admiración pública de cineastas como Bertolucci, Allen y Spielberg. Una colección de elogios, premios y homenajes, como la Palma de Palmas de Cannes.

Bergman pasará a la historia por haber recorrido el mundo con un cine profundamente personal que sigue cautivando con historias basadas en su familia, en sus amores y desamores. Tuvo un padre estricto que lo marcó, una mirada pesimista de la vida, se casó cinco veces y tuvo nueve hijos. Pero al final, sus últimos días los pasó sin poder superar la pérdida de su gran amor.

"El séptimo sello", "Fresas salvajes", "Persona", "Sonata otoñal" son sólo algunos de los títulos que lo transformaron en un monstruo del cine. Sus historias generalmente hablaban de la lucha de sexos, con mujeres al borde del colapso y hombres que eran meros espectadores de la acción.

Ernst Ingmar Bergman nació en la ciudad de Upsala, el 14 de julio de 1918. Hijo de un estricto pastor protestante, desde pequeño lo marcaron sus vehementes sermones sobre la religión, la culpa y la redención. Más tarde, agradeció a sus padres por haberlo criado en un ambiente infeliz: "Crearon para mí un mundo al que rebelarme".

Las películas eran un escape para el pequeño Ingmar. Le dio 100 soldaditos de juguete a un hermano a cambio de un proyector que le había dado una tía. Construyó un teatro de títeres para entretener a una hermana menor y, al poco tiempo, ya estaba adaptando a Strindberg.

En 1937 pasó fugazmente por la Universidad de Estocolmo. Empezó a estudiar literatura, pero pronto obedeció al llamado del teatro, un lazo que nunca dejaría. Llegó a ser director de la Royal Opera de Suecia y del Royal Dramatic Theatre. La sede de este último en Estocolmo tenía ayer sus banderas a media asta.

En el cine partió como guionista de la compañía Svensk Filmindustri. Su primer guión, "Hets" (1944), dirigido por Alf Sjöberg, fue un éxito que ganó el Gran Premio del Festival de Cine de Cannes.

En 1945 comenzó a dirigir. Optó principalmente por historias de jóvenes que lidiaban con temas como la infidelidad, la muerte o el suicidio. Una década después produciría una lista de verdaderas obras maestras. Entre ellas, las mencionadas "El séptimo sello" y "Fresas salvajes".

De sus cinco matrimonios, el que le causó mayor impacto fue el último, con Ingrid von Rosen. Se casaron en 1971, cuando ya tenían un hijo, pero ella murió en 1995. Bergman nunca pudo olvidarla. Hacía casi una década que ya había escogido como su hogar la isla de Faro, pero después de enviudar su reclusión aumentó. En los últimos años ya no recibía muchas visitas, aunque disfrutaba sus conversaciones telefónicas con amigos y antiguos actores como Bibi Andersson ("Persona") y, especialmente, Erland Josephson, su alter ego en 14 filmes.

En Faro, una isla de unos 400 habitantes, era querido y todos respetaban su privacidad. Construyó siete casas allí, un teatro y un cine en un viejo establo. Ayer, un libro de condolencias se instaló en uno de los edificios públicos del lugar.

En los 80, hacer películas comenzó a agotarlo. Fue después de "Fanny y Alexander" (1982) cuando se despidió por primera vez del cine. De hecho, nunca más volvió a hacer una cinta para la pantalla grande. Todo su trabajo posterior fue en televisión. Incluida "Saraband" (2003), que recorrió los cines del mundo. Allí volvió a trabajar con la actriz Liv Ullmann, uno de sus romances más famosos. Ambos tienen una hija y fueron amigos hasta el final.

La noticia del deceso de Bergman impactó a todo el globo. Las autoridades suecas lo homenajearon; el presidente de Francia, Nicolas Sarkozy, también. Los responsables de los festivales de Berlín, Venecia y Cannes le dedicaron palabras de admiración. Cineastas y actores tampoco estuvieron ausentes. Muchos, en todo caso, lo estarán para los funerales. Fiel a su estilo de vida, Bergman será despedido en una fecha aún por definir y de manera muy privada.

"(Hacer películas) a veces era una obligación, pero siempre ha sido una obsesión. Creo que es muy erótico, porque hay un entendimiento emocional al completo".


Sesenta años de indagaciones, cinco películas clave

"EL SÉPTIMO SELLO" (1957)

La imagen de Max Von Sydow, como un agotado caballero jugando ajedrez con la muerte, es una de las más emblemáticas de Bergman. El filme ganó el Premio Especial del Jurado en el Festival de Cine de Cannes.

"FRESAS SALVAJES" (1957)

El mismo año de "El séptimo sello", Bergman estrenó otra obra cumbre. El director recurrió al legendario actor y cineasta sueco Victor Sjöström para interpretar a un anciano profesor que, en el camino a recibir un premio, evalúa su vida.

"PERSONA" (1966)

Las dos musas de Bergman, Liv Ullmann y Bibi Andersson, protagonizan esta cinta sobre la relación entre una actriz que ha quedado muda y la enfermera encargada de cuidarla.

"ESCENAS DE LAVIDA CONYUGAL" (1973)

Adaptado de una miniserie de seis episodios para la televisión sueca, el filme revisa el rompimiento de una pareja. Ganó el Globo de Oro.

"FANNY Y ALEXANDER" (1982)

También adaptada de una miniserie, fue la última película para cine de su carrera. La historia gira en torno a dos hermanos en la Suecia de comienzos del siglo XX. Ganó cuatro premios Oscar.

Reacciones

"Siento una gratitud infinita por todo lo que me dio en el plano profesional y por el inmenso privilegio de haber sido su amigo".

MAX VON SYDOW
ACTOR

"No puedo imaginar un mundo sin él. Tuvo el coraje de contar los amores, las pasiones, las derrotas y el flujo lento y complejo del alma humana".

LIV ULLMAN
ACTRIZ

"Era un gran amigo y sin duda el mejor artista cinematográfico de esta época. Me entristeció mucho enterarme de su muerte".

WOODY ALLEN
DIRECTOR

"Él era el director de la condición humana, de la miseria del hombre... el último de los grandes, porque probó que el cine puede ser tan profundo como la literatura".

GILLES JACOB
DIRECTOR DEL FESTIVAL DE CANNES

"El mundo ha perdido a uno de sus más grandes cineastas".

RICHARD ATTENBOROUGH
CINEASTA Y ACTOR










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Triste semana para el cine: Murió el director italiano Michelangelo AntonioniMartes 31 de Julio de 2007


Triste semana para el cine: Murió el director italiano Michelangelo AntonioniMartes 31 de Julio de 2007
05:56
Agencias / El Mercurio Online

SANTIAGO.- La semana para el cine mundial comenzó de forma negra con la muerte del ilustre cineasta sueco Ingmar Bergman (1918-2007), pero el luto se extenderá por más días tras conocerse el fallecimiento del también reconocido director italiano Michelangelo Antonioni (1912-2007), quien murió ayer a los 94 años en su casa ubicada en Roma.

Antonioni, cuya familia informó hoy sobre su fallecimiento, logró amplio reconocimiento por trabajos como "La Aventura" ("L'Avventura", 1960), "Blow Up" (1966), "Zabriskie Point" (1970) y "El Pasajero" ("Professione: Reporter", 1975), algunas de las cintas que lo llevaron a obtener el Oscar honorífico por su trayectoria en 1995.

El cineasta italiano, nacido el 29 de septiembre de 1912, comenzó su carrera como periodista y banquero entre 1935 y 1939, año en que se mudó a Roma desde su natal Ferrara y comenzó a trabajar como crítico de cine para la revista Cinema y otras publicaciones. En la década de 1940 trabajó como asistente de dirección y escribió guiones para grandes cineastas italianos, como Federico Fellini y Roberto Rossellini, entre otros.

En 1947 rodó su primer filme, un cortometraje llamado "Gente del Po", hasta que en 1950 por fin realizó debut en largometrajes con "Cronaca di un Amore", en la que también participó como co-guionista.

En su dilatada trayectoria posterior, el Festival de Cannes fue uno de los que más veces lo reconoció. En 1960 recibió el Premio Especial del Jurado por "La Aventura" y dos años más tarde repitió por "El Eclipse" ("L'Eclisse", 1962). En 1967 definitivamente se llevaría la Palma de Oro por una de sus películas más reconocidas, "Blow Up", protagonizada por David Hemmings y Vanessa Redgrave, basada libremente en un cuento de Julio Cortázar.

Antonioni también ganó el León de Oro en Venecia por "El Desierto Rojo" ("Il Desserto Rosso", 1964) y el premio de los críticos como mejor director por "Blow Up" en 1966. En Venecia también reconocieron su trayectoria con un premio honorífico en 1997.

El cineasta estaba en silla de ruedas tras un derrame cerebral padecido hace veinte años, pero eso no le impidió seguir trabajando, con muchas dificultades para moverse. Así como participó en el filme colectivo "Eros" (2004), película de fragmentos en la que también estuvieron Steven Soderbergh y Wong Kar Wai.

Antonioni es considerado un ícono del cine introspectivo, con un estilo que marca con énfasis la estructura visual. Su cine, marcado por la obsesión de la imagen y la búsqueda de un lenguaje formal y estético, con escenas largas y lentas, servía en realidad para indagar en el mundo interior de sus personajes, en un espacio enigmático. Películas como "El Desierto Rojo", "Blow up" -sobre el inquietante descubrimiento de un delito gracias a una fotografía- y "El Pasajero", marcaron la historia del cine.

Brillante intelectual, autor o coautor de la mayoría de sus guiones, sus películas reflejan una mirada muy personal sobre la realidad en la que el uso del simbolismo visual acerca a temas como la alienación, el aburrimiento o el erotismo sin amor.

En la década de 1960, su estilo se confirmó con una serie de filmes, entre ellos "El Eclipse", interpretado por su actriz fetiche Monica Vitti, también su compañera sentimental por una decena de años.

Después de 13 años inmovilizado y privado del habla como consecuencia del derrame cerebral, Antonioni dirigó un episodio de "Eros", presentado en el festival de Venecia ese mismo año. El fragmento fue tan osado que el productor francés tuvo que cortar tres minutos de la escena en la que la protagonista femenina se masturba.

Edição 455 A desbravadora Sueli Costa


Edição 455
A desbravadora Sueli Costa
por Pedro Alexandre Sanches
Sempre discreta, a compositora de sucessos dos anos 70 como Jura Secreta e 20 Anos Blue volta a cantar e usa a internet para difundir sua música

Nos anos 70, Sueli Costa se fez desbravadora entre compositoras brasileiras, ao fornecer sucessos de clave bem feminina (e por vezes politizadas) a intérpretes como Nara Leão, Simone, Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Fagner, Nana Caymmi, Marília Medalha, Cauby Peixoto, Ney Matogrosso e muitos outros.

No CD independente Amor Blue (que Sueli vende em seu próprio site, www.suelicosta.com.br), a trajetória errante de cantar é retomada por uma artista que não se vê como cantora. E de fato não o é. A meta é enfileirar canções inéditas com um leque aberto de parceiros (Ana Terra, Paulo César Pinheiro, Abel Silva, Fausto Nilo, Paulo Emílio, Carlinhos Vergueiro, Paulo Mendonça, Ana Maria Bahiana, Luiz Sérgio Henriques) e participações vocais (Simone, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Daniel Gonzaga, Celso Fonseca, Fernanda Cunha).

Autora de canções tristes que ficaram populares nos anos 70, como 20 Anos Blue, Jura Secreta, Coração Ateu, Assombrações, Acorrentado, Encouraçado, Medo de Amar, Dentro de Mim Mora um Anjo, Açúcar Candy e Vida de Artista, Sueli fala sobre a volta.



CartaCapital: Fazia sete anos que você não lançava um disco. O que andou fazendo nesse hiato?

Sueli Costa: Entrei na Lei Murilo Mendes, da Prefeitura de Juiz de Fora. Fiquei até com medo de não passar na lei, porque já sou mais conhecida, mas acho também que a vida da gente começa todo dia, compositor é isso aí. Aí fui contemplada pela lei, e consegui fazer esse disco assim, com a família trabalhando, minha sobrinha Fernanda Cunha produzindo, meu filho fazendo o encarte, meu sobrinho fazendo a capa... Arregacei as mangas, fiz os arranjos, toquei os pianos e chamei os amigos. Tinha uma vontade muito grande de fazer um disco com Nana Caymmi, Simone, Maria Bethânia.



CC: É a primeira vez que você toca piano e faz arranjos num disco, não é isso?

SC: É. Tem muita gente que gosta do meu piano, e eu sou apaixonada por outros pianos. Mas desta vez arregacei as mangas.



CC: Você não é uma cantora constante. Como é para você gravar?

SC: Não, não sou cantora, não. Deus não me deu essa graça. Mas mostro as minhas músicas, né? Não pretendo ser mais do que eu sou. Eu sei mostrar uma música, e esse disco é um meio para mostrar minhas músicas novas. E está em primeiro lugar de vendas na (loja carioca de discos) Modern Sound, maravilhoso. É um disco sem gravadora, sem nada. Estou vendendo no site e tem gente que pede mais, pede o disco anterior. Fiz uma prensagem pequena, 400 discos com a prefeitura, e vou reprensar agora, rapidinho, correndo.



CC: Quantos anos já são de envolvimento com a música?

SC: Acho que desde que nasci. Minha mãe era pianista e professora de música, eu com quatro anos tocava piano, antes de ser alfabetizada. Música gravada, mesmo, foi em 1967, estou fazendo 40 anos de música gravada. Foi Nara Leão que gravou a primeira música (Por Exemplo: Você). Antes eu tinha feito show, música para teatro em Juiz de Fora, festival...



CC: Como você se vê dentro da história da música brasileira? Qual tem sido seu papel?

SC: De trabalhadora mesmo, de operária, junto com todo mundo. Não sei viver sem isso. Às vezes está bom, às vezes está ruim, mas eu não saberia fazer outra coisa.



CC: Apesar de ter feito uma série de discos, você sempre foi primordialmente uma compositora. Não é um ofício dos mais fáceis, não?

SC: É, eu nunca pensei em ser cantora. Tomei um susto quando fiz meu primeiro disco, em 1975. Achei que era um disco para registrar as músicas, mostrar. Não achava que eu tinha que cantar. Mas Paulinho da Viola ia ao Nordeste com uma turma, com Fagner, Moraes Moreira, um time de futebol, um audiovisual e um show de música. Paulinho me convidou para ir junto, nós fomos atrás, e eram lugares grandes, com mais de mil pessoas, duas mil pessoas, ginásios.



CC: E você cantando?

SC: Eu cantando, fui batizada assim (ri).



CC: Foi traumático?

SC: Não, foi maravilhoso. Era uma energia muito grande. E eu estava ao lado de amigos. Era uma cumplicidade muito grande, uma unidade muito forte com todos eles, era uma geração, mesmo. Eu jogava no time de futebol, com Copinha, que era flautista, tocou com Carmen Miranda. A gente ficava jogando uma bolinha no hotel.



CC: Gonzaguinha produziu seu primeiro disco, João Bosco e Aldir Blanc produziram o segundo. Eles todos ficavam incitando você, querendo convencê-la a cantar?

SC: Não, acho que gostavam mesmo das minhas músicas. Quando fui fazer o primeiro disco, Gonzaguinha se ofereceu (suspira)... Depois, no segundo, eu estava muito junto com Aldir e João, a gente se encontrava todo fim de semana. Pus na mão deles, Gonzaguinha disse “ah, estou morrendo de ciúme” (ri). Mas todo mundo sabia que eu não era cantora. Nossa geração foi também um geração de compositores que cantavam.



CC: Existiam pouquíssimas compositoras, não?

SC: É, eu acho que estava um pouco isolada nessa época. Só tinha a Joyce.



CC: Por que isso?

SC: Não sei, hoje há muitas compositoras, mas na época não havia muitas, não. Eu sempre andei no meio de homem (ri). Me lembro de Juiz de Fora, minha casa ficava lotada no sábado e no domingo, era bateria na sala, piano, um tocando. As mulheres que tinha lá eram namoradas e mulheres dos meus amigos, sabe?



CC: Por outro lado, muitas cantoras gravaram, sua obra ficou marcada como algo muito feminino.

SC: É. Mas acho que as mulheres também demoraram um pouco para chegarem às paradas de sucesso. Me lembro de quando Clara Nunes entrou na parada de sucesso, em 1975, ela foi a primeira mulher a alcançar o topo das paradas. Era uma coisa mais de homem, sabe? Aí as mulheres tomaram realmente, acho que a partir da Clara.



CC: E muitas delas cantando músicas que você fazia...

SC: Tem mais mulher, mesmo, cantando minhas músicas. Como acho que tem mais mulher cantando, né?



CC: Você é tida como uma artista que foi politizada, participante nos bastidores. Como era isso?

SC: Não sei, não... Eu fui de uma geração que nasceu numa ditadura. Meu primeiro disco é de 1975, antes da abertura.



CC: Teve episódios com a Censura?

SC: Tive, tive, tive. Todo mundo tinha. Não tinha um que não tivesse. Era uma implicância, os caras viam cabelinho em tudo. Tive uma música, Cordilheira, que Erasmo Carlos chegou a gravar e não saiu. Só saiu agora, na caixa de CDs dele. Foi a primeira pessoa a gravar Cordilheira, e a Censura pegou.



CC: Qual era a alegação?

SC: Barravam, não falavam nada. Tive que ir a Brasília com (o co-autor) Paulo César Pinheiro para tentar liberar, falar com o chefe da Censura, uma coisa terrível. Corri com Paulinho atrás disso, ele em Brasília pisando no meu pé porque eu estava dizendo para o censor: “Escuta aqui, o cara sabe o que está prendendo, qual é a palavra que eu não posso usar? Eu preciso de parâmetros para compor daqui para frente”.



CC: E o censor respondia o quê?

SC: Nada. Nada. “Não, esqueça essa música.” Falei “esquece?”, você faz música, não pode esquecer. E Paulinho pisando no meu pé.



CC: O que você entendeu na época? O que essa música dizia de incômodo?

SC: Ah, falava muita coisa... Mas... (longo silêncio) não sei... Era tudo que a gente fazia. Tive uma música censurada, Altos e Baixos, que depois Elis gravou, já nos estertores da Censura, bem no final, porque quando a coisa está acabando fica pior, né? Falava de uísque, Dietil, Diempax. A música foi censurada, por causa do Diempax. Elis disse para mim: “Eu vou liberar, eu libero, vou conseguir, tá acabando”. Meu Deus do céu, se fosse pelo uísque, já era uma coisa, mas Diempax é um remédio que minha mãe toma. Era uma coisa doida. A gente fazia show beneficente, entrava no Teatro João Caetano cantando em benefício de alguma coisa ou de alguém, e não podia cantar as músicas. “Cordilheira não pode”, diziam. Aí eu falava: “Agora vou cantar Cordilheira”, e cantava Dentro de Mim Mora um Anjo. Anunciava o nome de uma e cantava outra.



CC: Mudou muita coisa dos anos 70 para o momento atual?

SC: Culturalmente, sim. Na Odeon, a gente era artista (ri), tinha cordas, metais à disposição, podia gravar. Hoje não tem dinheiro para fazer um disco. Hoje você tem que fazer um disco para dar para a gravadora lançar. As gravadoras nem compram o disco, pegam e lançam, você dá de presente.



CC: Você não fez isso, não é?

SC: Não, não, não. Tentei, não tive uma boa proposta. Estou comemorando meus 40 anos de carreira, vou em frente, acho que vai dar certo. Queria mostrar minhas músicas novas, fiz um disco cheio de participações, e de parceiros também. Cada parceiro tem uma música. Só sinto falta de Aldir Blanc, queria fazer uma com ele, mas não deu tempo. Tem um chorinho que eu ia dar para ele, mas vou ver se fica para o próximo disco. Já estou pensando outro.



CC: Esse é o lado bom de não depender mais de gravadora?

SC: Eu acho que gravadora está acabando, tem hora que eu acho. Estou conseguindo vender disco na internet, quase fiquei doida aqui, porque inventei esse negócio de vender pela internet. Eu não sabia que estava lidando com fã-clube de Simone... O disco também teve críticas ótimas. Aí começou a chover e-mails, eu falei “meu Deus do céu, Fernanda, você não tem uma secretária para me ajudar?”. Passei a responder e-mail um atrás do outro.



CC: Quando você vende CD desse modo, é você mesma quem envia para a pessoa?

SC: Eu que envio, claro. Acaba um, começa outro. Mas é bom também, é um contato legal com pessoas que gostam do trabalho.



CC: Esse contato direto não existia até há pouco, não? É difícil imaginar o próprio artista mandando o disco para o fã.

SC: É. Com esse dinamismo, arranjei vários amigos. É engraçado, você fica íntima das pessoas. É legal, tem cara que compra para a mãe, depois a mãe quer comprar mais dois para dar para as amigas. É muito engraçado. Acho legal esse contato. Gosto de fazer show, quando canto eu gosto, porque estou ali com as pessoas que gostam da minha música e estou vendo aquela reação de perto. É uma troca, tem uma energia bacana que você joga e ganha de volta. Acho que essa coisa de internet é parecida. Você tem contato com quem gosta, e tem mais gente que gosta de você do que você pensa (ri).
by carta ca´pital

Sarkozy: ¿Un modelo para la Alianza?


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Sarkozy: ¿Un modelo para la Alianza?

Alfredo Jocelyn-Holt, historiador y académico de la U. de Chile: "La sensatez ha llevado a Sarkozy a aggiornar sus huestes. ¿Por qué la derecha chilena no se despeina como aconseja la realpolitik? La Moneda vale una canción nacional sin botas ni estrofa adicional incluida".



El reciente triunfo y novedad de Nicolás Sarkozy nos vuelve a un tema recurrente respecto a la derecha chilena. ¿Cómo chicoteamos a esta yunta de bueyes para desempantanarla después de 18 años, si no más, atendido el hecho de que se puede ser de derecha y sin yeta? ¿Con qué cruzamos a nuestros dos rumiantes para agilizarlos un tanto? Ocurrió hace poco con David Cameron, el promisorio torito fina sangre inglés, y ahora se presenta de nuevo la posibilidad con el gaullista húngaro-francés.

En ambos casos vemos una derecha que quiere renovarse. Cameron pretende que a su partido se le perciba compasivo y así los conservadores se puedan volver a sentir bien. Sostiene que no se saca nada enrostrándoles a los pobres su fatalidad e incapacidad: hay que darles a entender que tienen el apoyo moral del "sistema" y para eso se les debe fortalecer su responsabilidad y autoestima. Sarkozy dice lo mismo: "Entiendo que se puede ser pobre si no se tiene trabajo, pero no acepto que alguien siga siendo pobre y trabaje realmente duro". Hay que reconstruir un Estado, agrega, que todos sientan como propio. Cameron llama a un cambio generacional; Sarkozy a dejar atrás el cinismo entronizado de Mayo del 68 que transmutó, cual alquimia, viejos ideales utópicos en puro deseo materialista, consumista y acaparador. Cameron se parece más a Blair que a la Thatcher; Sarkozy, a su vez, se supone que le habría ganado a la izquierda en su propio "turf": el de las ideas. Un derechista con ideas: ¡vaya, vaya!

Ambos, además, le han sacado mucha punta y roncha al aguatonamiento mundial de las izquierdas; especialmente el líder francés, sosteniendo que a los izquierdistas les gusta demasiado el poder, son hipócritas y corruptos (dicen representar a los sectores populares pero viven como depredadores, como derechistas).

Ni parecidos a los derechistas chilenos, ¿o no? ¿Se atrevería un UDI o un RN a proclamarse creyente pero laico o abrirse a un modelo más equilibradamente parlamentario que presidencialista, con más proporcionalidad en las elecciones y así mejorar la representatividad? En el gobierno, ¿renunciarían a prerrogativas para nombrar los directorios y altos cargos institucionales y empresariales públicos?; para qué decir integrar a socialistas en un futuro gobierno de derecha como lo ha sostenido Sarkozy. ¿Concebirían siquiera la posibilidad de hacer un gobierno de unión nacional si llegaran al poder como en Francia después de la última guerra (Sarkozy, no lo olvidemos, es gaullista)? ¿Dirían nuestros otrora antorchados de la libertad (con más gusto a mano dura que a libertad auténticamente republicana) que ahora repudian cualquier tipo de gobierno dictatorial y no sólo porque "nuestro" último "dictablando" se hizo rico indebidamente, conste que bajo gobiernos concertacionistas que es cuando empezó a mover sus platas en el Riggs?

¿Por qué no? ¿Por qué no abjuran, se flexibilizan y despeinan como aconseja la realpolitik? La Moneda vale una canción nacional bien zapateada, sin botas ni estrofa adicional incluida. La sensatez ha llevado a Cameron y a Sarkozy a "aggiornar" y moderar a sus huestes, conforme a los dictados de un mundo que se vuelve infinitamente más progresista y transversal que incluso sus autoridades y liderazgos, estén o no en el gobierno. La derecha chilena, en cambio, está empantanada hace rato en el tiempo y en sus supuestas "contribuciones" a la humanidad. Cree todavía que es profética porque "se anticipó" a Reagan y a la señora Thatcher. Sigue pensando que lo que este país necesita es un empresario en La Moneda; ¡tan pegados se quedaron con el último triunfo y gobierno que presidieron con todas las de la ley, 49 años atrás, y eso que éste fue un desastre político que siguen pagando hasta el día de hoy!
La derecha chilena critica al gobierno y éste se queja amargamente de que sólo se ve el vaso medio vacío. Una frase que difundió Lagos hasta el cansancio, antes, dicho sea de paso, de que Woody Allen en Scoop le agregara que él, en cambio, lo ve medio lleno? pero de veneno. La derecha se queja, es cierto, y hasta amenazan con desalojar a los actuales inquilinos de Palacio, pero cunde la sospecha, hace rato que hay mucho tongo en todo esto. Lo que impera en Chile desde hace 18 años es un consensualismo transversal en materias sustanciales, amparado en un empate consagrado en nuestra Constitución que no da cuenta de una sociedad más plural y compleja que por supuesto existe, pero no tiene oxígeno electoral. Visto así el asunto, quién es y no es de derecha o de izquierda oficialista es una cuestión un tanto escolástica, como discutir cuántos ángeles caben en la cabeza de un alfiler. Los empresarios, de un tiempo a esta parte, no hacen mayores distinciones al respecto, tampoco los militares ni nuestros "socios" extranjeros. Por eso la derecha, amén de estancada y sin vocación real de poder gubernamental, sigue y seguirá tan provinciana y rumiante como siempre.



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